Eu estou tão feliz curtindo meu diagnóstico de autismo (finalmente) e com meu recomeço à beira dos 40 anos_ que eu não queria pensar nisso agora, mas um post no instagram me chamou a atenção. A publicação fala justamente sobre a tristeza que é ouvir um grupo de pessoas dizerem que o profissional errou, especialmente quando se fala de autismo feminino já na idade adulta.
Dizem: "Ela não é autista, mesmo com o diagnóstico de especialista". Ora, se Jesus, fazendo milagres, não era reconhecido como o messias por grupos por ele chamado de hipócritas e , a princípio, mesmo por seus discípulos e pelo próprio João Batista. Como posso eu querer que me reconheçam autista, todas as pessoas. Isso me deixou com um pouco de dor de cabeça, não precisei tomar ainda a dipirona, mas já comprei a cartela que tinha acabado.
Estou hiperfocando no meu projeto de juntar meus hiperfocos de base inicial da minha vida. Isso tem me deixado menos ansiosa, além disso as duas novas boas notícias me têm "diluído" a sensação de ansiedade, apesar de já ter passado na minha mente essa possibilidade da contínua rejeição ao meu diagnóstico por parte de alguns.
Essas pessoas estão ainda acreditam nas mentiras que disseram sobre mim ou estão sendo maldosas. Quero focar nas pessoas que conviveram comigo desde a minha infância e souberam associar aos sinais do autismo. Além da convivência recente e dos que acreditam no que eu escrevi e da capacidade de diagnosticar da profissional experiente que me atendeu. Tudo isso estão claramente querendo invalidar por motivos pessoais daqueles que divulgam criminosamente ainda as fake news na dark web.
São indivíduos que têm aversão a minha trajetória. Por exemplo, se são pais de autistas, não querem admitir que os seus não são anjos de verdade, mas propensos a passar por tudo o que passei se eles não tivessem um diagnóstico, fossem abandonados à própria sorte e não tivessem uma família que o apoiasse, inclusive na fase de orientação afetivo-sexual. Essa é a realidade de muita gente: simplesmente preconceito. É uma questão de se acharem melhores, de acharem que podem me julgar que estão certos.
Primeiro, o que eu relatei no meu e-book é verdade, aqui no blog é verdade, na sessão com os profissionais e com a especialista é verdade. Os profissionais não especializados não me compreenderam totalmente, por falha de comunicação e falta de experiência. Com a ajuda e nomeação para meu auto-conhecimento continuado, após 4 anos de investigação oficial (2019 a 2023), e após 8 anos de auto-diagnóstico (2016 a 2023), eu conseguir falar e ficar à vontade com a especialista, porque ela teve empatia também.
Eu acho que o maior desrespeito, vem da comunidade autista. É um duplo desrespeito: a mim (e a qualquer autista, principalmente se for mulher). e à profissional. Sabe aquelas crenças equivocadas enraizadas...isso me fez lembrar agora o preconceito, que talvez ainda exista, entre:
- Evangélicos e católicos, onde estes diziam que aqueles não eram cristãos de verdade alegando que a igreja católica era a oficial criada por Jesus.
- Dentro da própria igreja evangélica, onde diziam que os crentes de berço eram crentes de verdade, enquanto os que entraram já adultos não.
- Entre religiões, especificamente a candomblé e os espiritistas, onde esses não seriam boas pessoas e que faziam pacto com o diabo.
- Budistas e ateus também não herdariam o reino de Deus.
A não ser que você também faça parte desse submundo, veladamente ou abertamente. Para que? para manter-se na mentira, para se satisfazer, para não admitir o erro, sei lá... cada um tem seu motivo. No entanto, calar para prejudicar ou falar para enganar é o mesmo que o falso testemunho condenado por Deus nos 10 mandamentos ditados a Moisés.
É demais esperar reconhecimento, mas espero mesmo é RESPEITO onde eu estiver. Porque, se eram incapazes de fazer isso antes do laudo, que respeitem a lei. Agora, eu sou autista legalmente. E mesmo que você não reconheçam ou não queiram reconhecer, EU SOU AUTISTA. Sendo autista, sou deficiente e tenho os mesmos direitos que qualquer pessoa com deficiência.
Eu me assustei com a maldade das pessoas e falei, há alguns anos atrás (2017, eu acho) que não queria mais saber de apoio financeiro do Estado, por estar cursando medicina com o dinheiro que minha mãe recebia da minha irmã. No entanto, eu repreendia minha mãe por não usar o direito dela de ser idosa na filas. Eu, então, me dei conta que estava propensa a agir feito ela quando falei aquilo em 2017, achando que conseguiria meu diagnóstico mais rápido. Eu achava que, pelo menos a minha mãe, Márcia e Tonha conseguiriam lembrar de sinais mais detalhados na minha infância, mas eu me enganei.
Eu sempre me enganei na maioria das vezes quanto ao meu discernimento das pessoas, mas quanto a mim, eu posso afirmar e reafirmar que eu me reconheci autista não foi por ilusão, mas porque passou um filme na minha cabeça e tudo foi se encaixando. Os meus motivos importam e devem ser considerados, já as suas convicções pode ficar com elas. Elas não me servem. Só mostram quem são vocês resistentes das trevas. É assim que vocês estão se revelando.
Enfim, eu nem queria, mas senti que deveria falar sobre isso. Afinal, eu ainda tenho minhas dúvidas de como me comportar socialmente. Se eu me calo, vão inventar mentiras sobre minhas motivações. Se eu falo, vão descontextualizar... então segui meu coração e falei. Me sinto melhor agora, porque suspirei. Mas, fiquei com o pescoço tenso. Acho que já tá bem grande o texto, vou me despedindo. Tchau.
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