"Você é uma pessoa boa, Mari". Essa frase eu já escutei algumas vezes de amigas e amigos "irmãos". Eu comecei a entender que as minhas crises eram uma reação a atitudes muitas vezes sutis de outras pessoas próximas, geralmente. Pessoas que tinham laços afetivos comigo e que não sabiam lidar com o meu "sincericídio" social.
Outra coisa que faz as pessoas me mal interpretarem como uma pessoa ruim é o fato de eu não demonstrar meus sentimentos com frequência. Ao invés disso, eu somatizo ou o racionalizo se eu perceber alguma coisa. Portanto, eu sou uma boa pessoa, apenas tenho dificuldade de entrar em contato com as minhas emoções parecendo ser uma pessoa fria e calculista.
Essa dificuldade pode ser melhorada com a ajuda de profissionais da escuta, como psicólogos e terapeutas em geral. Eles me ajudam a entrar em contato com a minha essência, é como se as máscaras fossem tiradas uma a uma, camada a camada. Então, minhas emoções afloram com fervor e eu posso falar com mais clareza e leveza por causa do discernimento estimulado.
Assim, eu preciso voltar a fazer terapia psicológica, como sempre fiz por toda a minha vida. A fim de aliviar a minha ansiedade acumulada e a depressão também, pois já perdi vontade até de tocar violão e usar o computador. Enfim, não se pode negligenciar os problemas invisíveis da nossa mente principalmente de pessoas autistas. Porque elas têm uma dificuldade maior, logo, uma necessidade maior também. Dessa forma, nós somos boas pessoas, apenas diferentes.
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