Bem, como todos devem ter deduzido, eu não consegui o emprego, mas aprendi, nesse dia, a nomear dois termos que sempre fizeram sentido para mim: ética e moral.
Me deparei com
estes conceitos quando eu fazia seleção para emprego de recepcionista em uma
empresa de saúde no Senac de Recife. Eu não continuei na seleção porque desisti
quando não fui compreendida em uma atitude que tive quando fui provocada por
uma mulher do grupo. Ela provavelmente me viu como concorrente quando eu
respondi que havia me formado em veterinária. Eu não programei dizer, mas eu
tinha de me apresentar verdadeiramente e meu currículo afortunadamente era
esse.
A provocadora tocou na minha ferida à época dizendo algo assim: "se está formada em veterinária, por que está aqui procurando emprego nessa seleção?" Eu me fechei e me isolei. Fui para longe e observei o horizonte pela janela. Eu estava claramente chateada e pensativa.
Quando voltamos do intervalo, a psicóloga
selecionadora disse que, para estar ali, era preciso saber ser resiliente e
lidar em grupo. Eu achei que a mensagem era para mim, mas relembrando este
fato, ela poderia estar falando da outra também que me pareceu ser um ataque. Pensei: é injusto ela dizer isso a mim que fui atacada por que eu sempre fui colaborativa. Então, eu não consegui me expressar e continuei calada. Na primeira oportunidade, eu fugi. Precisava sair daquela energia, ver de longe, mas fiz intuitivamente. Não deu tempo de ser resiliente. Eu precisava de mais tempo.
Eu fico me perguntando, se eu soubesse que sou autista nesse tempo e tivesse falado à psicóloga, ao menos, dessa minha personalidade, ela teria sido menos julgadora e mais acolhedora. Talvez, ela tivesse se comportado diferente, em consequência, o pessoal do grupo também.
Eu achei “não vai dar certo desse
jeito”. Não estou me sentindo acolhida. Então, não completei o teste de seleção
e fui embora. Eu pensei, mesmo sem entender por completo, não posso ficar em um
lugar que não me sinto bem.
Bem, fiquei com o aprendizado dos
termos e depois li mais sobre isso. O que seria ética e moral? Essa era a
pergunta para lermos e respondermos o texto da dinâmica. Que tal você fazer
esse exercício em casa? Esse é um dos primeiros ensinamentos a quem estuda
filosofia e direito, por exemplo. Será que nossas crianças estão sendo
preparadas a investigar a ética e a moral sem preconceitos?
Compreendes o que foi dito, as duas
palavras “nossas crianças”? Refiro-me não só ao educandário, mas também às
crianças presas e feridas em pessoas de outras faixas etárias.
Lembro-me da resposta que as
pessoas foram dando e do que lemos. Não sei se falei, mas eu acho que tive
uma mínima, necessária e suficiente participação da elaboração da resposta do
grupo, talvez escrevendo o texto que me ditavam. Não tenho certeza, mas eu já não estava tão travada como na época das escolas e até da faculdade.
Também não lembro se essa parte foi antes ou depois da apresentação pessoal. Pela lógica, deveria ter sido antes, mas não lembro a ordem dos fatos. A única lembrança é de que ocorreram.
Assim, eu fiquei com a mensagem, embora
tenha sido confuso diferenciar ambas, na época. A mensagem foi que a ação de
alguém, para ser ética, portanto, correta, ela precisa conhecer os próprios
limites diante do direito do outro de ser e de estar no mundo. Não pode atravessar o limite do quadrado do outro.
Assim, o cuidado e o respeito que
desejas ou que um dia a tua criança ferida precisou, bem como a segurança, a
compreensão, o afeto, a ajuda, o amor, o carinho, a orientação, a harmonia, o
estudo e até o dinheiro, a casa, o emprego, enfim, qualquer carência, abstrata
ou palpável, que traumatizou a sua criança não deve ser um motivo para replicar
isso nos outros entes queridos ou em desafetos pessoais.
Começar reconhecendo o que vês na lucidez e o que te mostram pessoas benignas quando estais com a visão turva: “eu vivo em um inferno interno”, “eu me alegro e prospero na maldade, infringindo o direito do outro de ser feliz e livre”, “eu não me sinto bem sabendo que alguém é feliz”, “eu sofri mais que fulano” “eu sou mais que fulano”. "eu mereço mais que fulano" ... Entendes? Buscai vós ajuda verdadeiramente para salvar a sua criança e não se compares a ninguém. Apenas sejas melhor que você mesmo ou mesma.
Há especialistas! Libere e libere-se! Saia dessa prisão interna. Não é
fácil para ninguém! Todos somos frágeis e reconhecer isso verdadeiramente, não
só da boca para fora, como um discurso para convencer por convencer, para ludibriar,
não é o Caminho. A não ser que queiras permanecer nessa vida amarga e fantasiosa para sempre. O primeiro passo é querer de verdade. Esse é o principal e mais importante de todos: desejar ser ajudado por um profissional e não por qualquer pessoal.
A Força amorosa e onipresente é o
todo, já o ego é apenas uma parte da mente. A mente é apenas uma parte do todo.
Como pode a parte ser maior que o todo? Como pode a mente ser mais forte que
Deus? Quando a mente se separa de Deus, ela vive no “inferno”, em conflitos
internos, portanto, a mente não vê com lucidez e sabedoria nessa situação ou vibração.
Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza. Ao contrário, quando você percebe que existem coisas que você aprendeu a lidar muito bem, mas têm outras que não. Ninguém é perfeito, mas busca ser melhor que a SI MESMO a cada dia. Isso só será possível quando aprenderes a aceitar suas imperfeições, assim como aceitas as suas qualidades.
Lembra-te também que não há ninguém que saiba tanto que não possa aprender um pouco mais e não há ninguém que tenha tanto a aprender que não possa ensinar. Assim, o professor precisa ser humilde para aprender, vez ou outra, com seus alunos ou com seus pares que os ensinarão de algum modo alguma coisa construtiva. Assim, poderás evoluir sempre sem estagnar como pessoa.
A escolha é sua! A colheita também!
Lembre-se: nenhum mal perdura. A força do bem é infinitamente maior. Renda-se!
Deixe Deus agir. Deus é essa força infinitamente maior. É a energia suprema. É
o todo. Qual força você vai deixar te dominar de agora em diante? Apenas
renda-se na paz silenciosa Dele a qual permeia o universo.
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