O que será,
então, que os leva a não conseguirem, por si sós, sem apoio de profissionais, a
viverem seu pleno potencial e florescerem? Sabemos que o cérebro é plástico,
portanto, pode renovar suas sinapses. Com autistas é igual, mas depois de muito
mais estímulo que o convencional. Eles precisam de atenção especial para
conseguirem se conectar e também para aprenderem a se autoperceber e autocontrolar
porque autistas têm baixa tolerância com a frustração quando a percebem.
Qual será o
motivo dessa dificuldade? No caso de autistas é biológico, uma vez que está
implicado dano a estruturas cerebrais. Entretanto, não é o fim. O apoio
profissional e a insistência dos pais e responsáveis são cruciais para o
cérebro autista se adaptar, mas há condicionantes e limites. Aí entra a questão
de apoio do governo com políticas públicas já que a sociedade ainda não está
adaptada à neurodiversidade.
Revisão de
literatura sobre alexitimia elaborado por Carneiro e Yoshida (2009) explica cientificamente
a questão da deficiência do alexitímico, o qual abrange para além do autismo e
faz um link com as doenças psicossomáticas.
As autoras dizem que A deficiência emotiva ou de reconhecê-la e controlá-la é a
expressão dessa alexitimia. Veja o mapa mental abaixo, caso não consiga ler,
clique na imagem ou aqui para acessá-la com uma melhor resolução. Do seu lado
direito, você vai ver um amarelo bem destacado que detalha sobre essa deficiência
neurobiológica.
![]() |
Mapa mental: alexitimia |
Os estudos
de neuroimagem apontam que os alexitímicos têm dificuldade de entrar em contato
com suas emoções, logo, de senti-las e expressá-las, bem como controlá-las,
sejam sentimentos bons ou ruins. Um exemplo, uma autista quando recebe um
elogio fica muito feliz a ponto de incomodar quem estar ao seu redor e não percebe
o incômodo do outro também. Pode até ser repreendida a ponto de “murchar” demais
e ficar internamente triste sem se dar conta desses extremos de mudanças e
porque exatamente.
Aliás, as emoções com seu comportamento expresso podem parecer exagerados devido à incapacidade autista de modulá-los sozinhos. Isso ocorre devido a um erro na conexão entre os dois hemisférios cerebrais e/ou entre a amígdala e o córtex pré-frontal. Esse defeito pode ter sido causado por extremo estresse durante a vida uterina e infância no caso de pessoas dentro do espectro autista.
REFERÊNCIA
CARNEIRO, Berenice Victor; YOSHIDA, Elisa Medici Pizão. Alexitimia: Uma Revisão do Conceito. Psicologia: Teoria e Pesquisa. SciELO, v. 25, n. 1, pp. 103-108, jan-mar, 2009, Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-37722009000100012
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