Eu e mainha fomos hoje tirar nossa carteira de identificação no modelo novo e tivemos que voltar porque o funcionário não compareceu. Eu concluí, diante das situações ocorridas, que isso é comum, mas as pessoas usuárias não reclamam nem os colegas funcionários da mesma instituição (prefeitura) o recriminam. Ao contrário, eles procuram "passar pano" e aceitar todas as desculpas que arranja. Enfim, eu fui denunciar na ouvidoria, mas nem a ouvidoria estava e nem os colegas do mesmo ambiente, porém com funções distintas, não sabiam ou não quiseram informar os horários para que eu pudesse registrar a minha queixa formalmente. Estou esperando uma mensagem no whatsapp de uma promessa do setor da assistência social para que eu possa ir e encontrar alguém da ouvidoria. Voltarei no anexo da assistência social com mainha para solicitar essa documentação, pois repassaram meu número para aquele funcionário, o qual tentou me bajular, mas graças a Deus eu me dei conta e não cai na conversa fajuta. Acabou que "agendou" para o próximo dia útil. Depois, em outro post, eu posso escrever o ocorrido com detalhes. É que eu introduzi esse texto com isso, para dizer que eu me lembrei, após conversar com os advogados que ficam no jurídico, próximo à ouvidoria, que, mais uma vez, eu perdi oportunidades na época da veterinária.
Eu falei a eles que fiz um estágio na vigilância sanitária e que acabei pedindo desligamento ao setor de RH, Recursos Humanos, após receber bulling de dois funcionários e os denunciei. A mulher do RH me falou que raramente as pessoas fazem isso e que foi bom eu ter falado o motivo. Eu estava apresentando dificuldade na parte administrativa interna, mas na parte das visitas dos fiscais aos estabelecimentos eu conseguia compreender, afinal, era sempre a mesma coisa para orientar os donos. Eu realmente tenho dificuldade no manejo e manobras que envolvem questões administrativas, mas sei que posso aprender, basta ser bem orientada e que sejam bem diretos comigo. Não esperem que eu aprenda só vendo fazer. Além de eu ter que praticar, eu também preciso que me descrevam o que é para fazer.
Eu passei apenas um mês lá. Quando a idosa começou a me chamar de burra, eu fui ao Gurgel, que era tipo o diretor, denunciar a velha e ele riu de mim enquanto eu soluçava e chorava, apesar de eu ter dito o motivo a ele, e depois alegado que não perderia nada saindo de lá porque queria clínica de cães e gatos, (hoje eu sei que foi uma fuga). Vi que ele não resolveria nada e subi ao RH. Antes, eu tinha ligado para minha mãe e disse a ela, chorando, que não queria mais estagiar ali. Ela me falou que eu tinha uma "psicose" porque isso já havia acontecido no emprego que consegui (após um curso de telemarketing que fiz ter me indicado à antiga Contax). Isso foi em 2002, eu já tinha passado para a veterinária, mas ainda iria começar no segundo semestre. Para não ficar sem fazer nada e ajudar, ao menos, com o garrafão da água de beber, eu pedi pra minha irmãe pagar o curso, ao terminarmos, nos encaminharia. Passei só 21 dias, estava aprendendo e me destacando, segundo a gerente, mas uma funcionária falou algo comigo (não lembro o que) que eu comecei a chorar e liguei para mainha. Ela disse, nesse período e lá na vez no do estágio, que eu "entregasse a Jesus" e que "no começo é assim mesmo. Depois acostuma". No último: acrescido da frase "isso que tu tens é uma psicose". Então, ainda me sentindo mal, me despedi mais chateada e decidi me desligar e sumir.
O mesmo aconteceu no estágio da época da psicologia. Surgiu uma vaga em uma escola para cuidar de crianças, mas eu não tinha manejo nenhum. Subitamente, a professora resolveu faltar quando eu estava nos primeiros dias. Foi uma tragédia, o antigo estagiário apareceu e as crianças foram para a sala dele. Só ficaram os mais educados. Um que tinha problemas de comportamento, o pior, pegou o canivete de fazer a ponta do lápis e levou para casa sem eu ver. Um dos quietinhos que me contaram depois. Eu fiquei tão sem energia e impactada com tudo isso que não quis mais ir. Falei com o antigo estagiário o ocorrido e disse a ele que pediria o desligamento. Ele disse que assumiria o meu lugar até que encontrassem alguém. Então, fiz isso e voltei para o interior, porque foi na época que minha irmã loira, havia sugerido eu ir para a Bolívia fazer medicina. Eu neguei na primeira pergunta, mas passadas duas semanas, mais ou menos, eu mudei de ideia. No interior, ainda liguei 2 vezes para a agência para informar que eu ainda estava recebendo o valor do estágio, mas que não estava mais e que já havia solicitado presencialmente o desligamento. Eu confesso que me ajudou esse dinheiro, fiquei apreensiva, mas de consciência tranquila porque eu não poderia fazer nada mais além do que já tinha comunicado.
Na Bolívia, em 2014, o professor de cirurgia, não foi nenhuma vez para a prática, mas eu fui todos os dias achando que tinha aula porque um colega (Marco) me dizia que tinha ido e encontrado o professor e que estava tendo aula, mas eu nunca os achei durante o período do estágio. Lá, também os funcionários ficavam dizendo que ele já estava em aula e que eu fosse para lá e para cá, mas eu não OS achava no hospital público. Ao final, eu falei para outro colega, Lucas, que estava estagiando com tal professor e aí Lucas falou "a sei, muito bom". Aí, eu tinha de ir falar com o decano da faculdade alguma coisa sobre o estágio, não lembro o porque, e ele me perguntou o que achei do estágio com o professor, então, ao invés de falar que eu não encontrei ele em nenhuma vez que fui, eu repeti o que Lucas me falou "muito bom". Mesmo assim, o sumido não quis assinar minha caderneta de presença quando eu fui na aula prática do hospital da faculdade levar para ele assinar. Vi essa vez só o rosto dele e não lembro mais dele. Tinha falcatrua. Bem depois, me disseram que os professores não estavam indo para a prática por não receberem bom salário. Antes de ir descobrindo as coisas, eu achei que seria errado denunciar, mas errado foi não ter seguido minha tendência de não aceitar esse tipo de situação. É que eu já estava tão cansada, de tanto denunciar professor e professora, e estressada com as aulas teóricas não dadas ou mal dadas, provas diferentes dos assuntos das aulas, energia ruim pairando sobre mim de aluno concorrência achando que eu comprava prova, falsidades me rodeando como se fossem amigos sem eu me dar conta, bullings e ignorância direta desses alunos e alguns professores que eu já tava meio que "adormecida", isolada, depressiva, super ansiosa... porque não era só na faculdade, era no Vale de lá também, o local que seria meu refúgio. Muita coisa negativa acontecendo nas minhas "costas", eu tendo pesadelos, sabendo que algo ruim pairava a meu respeito, mas sem discernir. Eu contava temporariamente com um amigo, Welvys e com uma amiga, Ingrid e mais duas colegas, às vezes, mas sempre sozinha, ao final de tudo nos separávamos como sempre.
Pude fazer um "balanço" quando já estava aqui no interior, meses e anos depois. Tudo acontecendo ao mesmo tempo. Não voltei, como achava que faria. Enfim, é muito longa a história para detalhar. Só sei que fui prejudicada nos meus estudos enquanto estava lá e quando não pude voltar para terminar. Alguns professores sabiam que eu estudava e davam as aulas certinho, além de se conectarem comigo. Achavam injusto os outros me prejudicarem junto com a grande maioria da turma. Recebi dicas para juntar as peças. Antes de vir, eu já estava buscando outra faculdade lá, mas minha irmã, estranhamente, não queria que eu mudasse da faculdade que ela se formou. Depois, não me deixou mais voltar e eu ainda fiquei como a culpada por ter vindo no meio do ano em 2014. Eu estava até faltando aula prática, coisa que eu odeio é faltar. Eu estava muito mal, com dores lombares, mas acho que era somatização de tanto estresse. Eu não me submeti à corrupção da faculdade, embora tenha dito "muito bom". Eu sinto muito por ter dito isso. Me envergonho, mas também sei que eu estava confusa em como agir e cansada, pois estava no quarto ano e já tinha enfrentado muitas coisas sozinha, desde humilhação em público até birra de professor e colegas de curso de olho na minha nota ou no meu dinheiro tentando me persuadir a comprar provas. Cada ano que se passava, quanto mais eu não entrava no sistema, mais me forçavam a entrar no esquema diminuindo minhas notas, aumentando a de colegas, me fazendo perder aula ao trocar horário sem aviso prévio, dando aula de qualquer forma e colocando assunto totalmente diferente, entre outras maldades.
Eu fico ansiosa só de lembrar disso e daqueles outros citados acima. Eu tive muitas oportunidades, mas não foi minha culpa tê-las perdido. Eu me dediquei ao meu limite, quiça além dele, uma vez que minhas comorbidades aumentaram mais que 100% ao longo dos anos desde a adolescência. Contudo, foi na fase adulta que adoeci mais, a ponto de somatizar com mais intensidade e gravidade.
Lembrei agora do "emprego" em um petshop na periferia de uma cidade vizinha de Recife. Eu receberia por comissão, por isso as aspas. Eu fui três dias, já no ônibus de ida eu ficava mega ansiosa que nem a técnica do psych-k resolveu esse estado mental. Parecia que eu "pisava em ovos" e que eu "andava contra a corrente". A desculpa para eu não querer mais ir lá foi o fato corroborador de que as donas queriam se impor à minha formação; ligarem para a minha colega para perguntar se meu procedimento estava correto e me corrigirem; eu ter dito a elas que não se dava vacina em cachorro doente na frente de um cliente; por eu ter dito a elas que eu era mais adepta às terapias alternativas; por eu ter feito um cão sentir dor com uma injeção intramuscular no músculo bíceps, pois eu aprendi na graduação a dar no quadríceps, mas inventei de praticar a teoria da pós graduação que falaram que era melhor no braço porque na perna tem o nervo ciático; por elas terem provocado competição entre eu e Abacaxi, pois eu a chamei para revesarmos no atendimento e acabamos nenhuma das duas ficando; por eu ter recebido apenas 30 reais no fim de semana que eu passei trabalhando. Entenderam? o que vocês entenderam? pergunto para amenizar a energia. Igualmente, me sinto péssima falar nisso, mas aliviada por poder explicar os fatos segundo a minha perspectiva.
Também teve outro quase emprego assim que me formei na veterinária, na Abdias de Carvalho, em Recife, mas eu nem decidi ficar quando eu escutei o dono do petshop me dizer "verdinha, assim que eu gosto". Não gostei pelo fato de parecer que ele queria comandar meu atos ali dentro. Como se eu não fosse ter autonomia. E isso se repetiu no petshop de Gravatá. Assim, ao mesmo tempo que eu precisaria de orientação de veterinário(a) coerente que me acompanhasse durante meses, eu tinha medo de fazer mal aos peludos. Eu já fico muito nervosa _suando muito e tremendo_ com uma simples injeção subcutânea, imagina nos outros procedimentos. Não sei mentir nem dissimular confiança e segurança, portanto, nem tentei. Tudo isso era "demais" para minha "cabecinha" que me deixou apreensiva e eu fugi. O emprego no interior da Bahia, eu também fugi, pois achei estranho demais a colega da pós-graduação me empurrar o emprego maravilhoso dela. Eu teria de abandonar o curso e minha vida em Recife às pressas, não tive nem tempo de raciocinar. Achei que ela queria que tudo fosse muito rápido, então eu não aceitei.
Contudo, eu fiquei interessada em começar minha independência financeira desde a primeira vaga, o sonho de por em prática meus resumos, meu limitado conhecimento teórico, mas como eu disse, eu era insegura e todas aquelas questões sociais me "atavam as mãos e os pés". Quando eu via a sala, só pra mim, meu ego queria aquela satisfação, mas não o suficiente para enfrentar o medo de fazer errado e machucar. Vivi um conflito enorme nessa fase de mudança entre ser estudante e profissional recém formada solta sem orientação devida. Na medicina, os recém-formados têm orientação devida em todo e qualquer lugar que trabalham por médicos experientes, além de serem bem capacitados nos últimos anos do curso, pelo menos, no Brasil. As outras faculdades particulares latino-americanas pecam nesta parte prática e eu não tinha esse discernimento, pois não generalizei até passar pelo último ano no Paraguay. Aliás, estou refletindo sobre isso agora ao escrever este texto. A desculpa da maioria dos alunos é que farão o Revalida. Bem, isso é verdade, terão de passar por concurso teórico e prático e para isso há cursos, só não sei se é suficiente. Eu soube que, no Brasil, os estudantes de medicina começam a prática desde o primeiro ano. Então, fica a critério e consciência de cada um, porque eu só sei de mim. Eu preciso de apoio especial e isso significa que sou capaz de aprender, mas de uma forma diferente.