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domingo, 3 de setembro de 2023

Será que tenho déficit de atenção ou será desinteresse?



É comum eu bater nos objetos e me machucar. Quando vejo, estou com marcas de corte ou pancadas (as ronchas, como dizia Sheila, minha prima). Hoje mesmo, fui cortar o Jerimum em pedaços a fim de guardá-los num pote e ficar mais prático na hora de cozinhar para o almoço. Pum, cortei o dedo mindinho.  Geralmente, eu não sinto dor, mas hoje eu senti a dorzinha. Lembro que minha colega de faculdade de medicina da Bolívia do terceiro e quarto ano, Íngrid, foi almoçar lá em casa e eu fiz feijão pra gente. Aí mostrei meu dedo polegar cortado e com bandeid e falei o que aconteceu na hora que eu tava cortando a Charque (eu tinha voltado a comer carne porque eu tava com problema de memória e concentração no segundo semestre e meu professor perguntou se isso não era falta de "hierro", ou seja, ferro). Como eu não tinha nem sabia como fazer uma alimentação vegetariana balanceada, voltei a comer carne, porém, em menos quantidade. Agora, estou aproveitando as dicas de vegetarianos e veganos e estou com energia e satisfeita por ter eliminado a proteína animal das receitas. 

Bem, eu costumava torcer meu pé, mesmo de sandália e esbarrar meu mindinho do pé na quina da porta, por exemplo. Além disso, costumo não prestar atenção em muitas coisas, mas quando me dou conta disso, eu faço um esforço para estar atenta. Por exemplo, no dia da avaliação psicológica para tirar minha carteira de motorista, há muitos anos atrás, eu quase fui reprovada. A avaliadora me chamou a atenção 2 vezes para a etapa que demonstrei desatenção e ela me disse que, se acontecesse novamente, ela iria me reprovar. Então, fiquei hiper-vigilante e passei de fase. Na prática, eu reprovei a primeira vez na última etapa de estacionamento porque não prestei atenção que a marcha estava na primeira, quando eu deveria ter dado ré (uma chance do avaliador que me mandou sair dali sem bater, pois eu estava mal posicionada). 

O fato de eu estar mal posicionada foi porque os professores da auto-escola não me ensinaram bem. O primeiro gritou comigo enquanto eu dirigia. Então, chegando na auto-escola na volta, eu o denunciei. Aí, trocaram de professor, mas esse outro não me ensinou bem a estacionar e eu fui pra segunda prova sem ter domínio em estacionar novamente. Quase fui reprovada de novo, mas esse professor apareceu de longe e o avaliador que já vinha em minha direção pedir pra que eu saísse do carro (me reprovando), desviou e foi falar com meus dois maus professores. Aí, ele veio até a mim e me aprovou. Quando fui para fora do Detran, eles apareceram pra falar comigo e eu fiquei em dúvida do que eles queriam de fato. Eu estava em dúvida, porque me falaram que os funcionários de auto-escola estavam cobrando taxa extra (propina) e por isso, ensinavam de forma incompleta para parecer que o problema era do aluno. Depois, tudo foi se encaixando e concluí que era por isso que eles estavam sendo rudes comigo. Eu havia dado um DVD ao segundo professor antes da prova. Era um filme gospel (Desafiando Gigantes) que falava da historia de um jogador de futebol americano. Não sei o que ele entendeu com essa minha atitude, mas eu intencionava seguir meu coração que me pedia para fazer isso. 

Outra vez, no Paraguai, nas férias de fim de ano, uma colega de curso foi na casa que eu morava para me chamar para ir ao Shopping, eu não notei (ou notei e não falei... não lembro) que ela tinha cortado o cabelo. Depois disso, eu comecei a observar as pessoas quando elas cortavam o cabelo, eu logo mencionava "cortou o cabelo". O fato é que eu me calo muito, mas tenho aprendido que preciso falar mais. 

Já com coisas que eu tenho interesse, eu sou mais observadora. Por exemplo, quando eu fui para uma sessão com Eliane, a última psicóloga que me atendeu desde 2019, eu notei um carregador de celular que estava ao lado esquerdo na parede. Aí perguntei de qual celular era. Lembro também que um brother do centro espírita cardecista da Bolívia foi lá em casa para conversar, após eu ter me afastado do centro por causa de um cara lá que foi muito rude comigo em uma sessão de treino que estávamos fazendo (outro brother também deixou de ir e me falou que foi por causa do grosseiro e que sabia que não daria certo nossas sessões porque ele tinha histórico e não estava preparado). Bem, o irmão, que foi me visitar, fez uma mágica com moedas e perguntou se eu tinha entendido o truque. Eu não percebi como era nem em velocidade lenta, mas ele explicou depois. Eu não entendi nem perguntei o que aquilo significava. Bem depois, eu associei à falta de atenção. Eu não "penso rápido" com novidades.

Outra coisa, era comum eu "engolir" letras nas frases, erro bastante se escrevo à mão, inclusive passo um texto (redação, por exemplo) várias vezes, porque sempre erro cada vez que tô passando à limpo e isso me consome bastante tempo (não contei quanto, mas posso chutar uns 40 minutos). Ao final, ainda tem erros mínimos, então, desconsidero e deixo como ficou. 

Ás vezes, também me observo com a blusa pelo avesso. Quando me dou conta, geralmente, alguém viu primeiro. Isso aconteceu algumas vezes, mas lembro de Foz, da vizinha da frente que tem um filho. Ela olhou minha blusa e ficou achando graça, eu acho. Aí olhei pra blusa e entendi o porque.

É também comum eu não conseguir terminar de ler livros, por exemplo, os paradidáticos da escola, eu não li nenhum, exceto Iracema. Eu consegui entender desde o começo, então foi o único que li completamente dentre os paradidáticos. Comprei bastante livro relacionados a meu hiperfoco, mas não consegui ler todos por completo, apenas como pesquisa, porque eu demoro a ler. Na minha adolescência, eu passava 2 horas para ler e entender um parágrafo. Hoje, eu continuo comprando, mas lendo apenas partes, na maioria das vezes. É como se minha mente vagueasse enquanto eu lia no automático, sem nenhum estar no momento presente. Era assim também para escutar o que estavam falando para mim. Depois que conheci o Reiki e as meditações do "aqui e agora" pelo menos em 1 minuto treinando a mente para estar presente e depois que uma amiga (Abacaxi) me ensinou a beijar no momento presente, não aprendi nem entendi no dia que nos beijamos, mas com os anos, fui "digerindo" esses aprendizados. De fato, até o beijo era mecânico e técnico. Assim, eu não senti prazer nem tesão ao beijar. De fato, eu sempre fui escolhida, na maioria das vezes, e eu quando escolhia, era de forma racional. Depois, me apaixonava e descobri que eu não tinha um problema, as pessoas é que eram rápidas demais e eu tentei acompanhar esse ritmo sem estar preparada. 

Assim que eu pesquisei sobre autismo, no segundo semestre de 2016, quando ainda era só uma suspeita na minha mente, eu também pesquisei sobre TDAH, mas descartei a possibilidade. No entanto, eu não sabia que poderia ser autista e ao mesmo tempo TDAH. Então, o autismo fazia mais sentido quando "o filme da vida" foi passando na minha cabeça à medida que lia mais e mais sobre autismo, pois se encaixava perfeitamente. Eu realmente, não consegui me enquadrar, mas tenho dúvidas a esse respeito, se é só desinteresse ou tenho, de fato, déficit de atenção. 

Eu sou uma boa pessoa

"Você é uma pessoa boa, Mari". Essa frase eu já escutei algumas vezes de amigas e amigos "irmãos". Eu comecei a entender...