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sexta-feira, 15 de setembro de 2023

A metáfora do milho

 


Quando eu era adolescente (cerca dos 14 anos), eu tive um romance escondido com um vizinho porque meu pai proibia as filhas de namorarem em casa. Aliás, ele nos proibia de ter amigos, inclusive de conversar com qualquer menino. Só poderíamos ter amigas. Eu passei 4 anos gostando dele, mesmo eu morando em outra cidade. No entanto, eu afastei dele quando descobri que ele me traía. Eu deduzi que ele procurava nas outras meninas o que não queria dar a ele: o meu corpo. Pois, eu não sentia vontade nem de preliminares. 

Eu decidi nem ser amiga. Sofri muito durante esses 4 anos, mas me desvinculei dele. Demorou, mas eu me desapeguei, graças a Deus. O dia que contribuiu para "a minha ficha começar a cair" foi em uma festa de rua no interior. Eu o vi indo ao bar de Mazé "gaga" com um outro amigo que o havia chamado. Antes disso, eu o vi pegando na mão de uma garota meio que escondido. Neste caso, eu fiquei em dúvida, mas em alerta e isso me deu um choque de realidade entre o que eu havia idealizado dele e o que ele era de fato. O estopim foi tê-lo visto abraçado como se fossem namorados com a outra pessoa.

Uma irmã de consideração, Neide, me viu olhando para eles na esquina, me perguntou o que eu estava fazendo ali. Era uma noite fria. Eu disse a ela o que aconteceu...que eu tinha acabado de ver meu namorado me traindo. Eu estava desapontada. Então, nos despedimos e fui para casa decidida a me afastar.

Não lembro da sequência... se foi no outro dia ou depois que eu me embebedei. Era dia de festa na rua ainda e um moço mais novo que eu se chegou para dançar (o apelido dele era Miquinha) e nos beijamos. Eu fiz de propósito para o meu namorado oculto (que já era "ex" pra mim) saber por outras pessoas. Dessa forma, nós terminamos nosso relacionamento atípico.

Então, eu e minha amiga e ex-vizinha de adolescência estávamos passando pela rua principal, perto antigo club, quando o vimos do outro lado da rua. Ela me mostrou o que ele estava fazendo: jogando milho na rua. Aí, eu fiquei sem entender. Ela deve ter visto minha cara de interrogação e me falou: "Tu não entendeu não foi? Quem come milho, Marília?" e eu continuei sem entender. Então, ela explicou: Né a galinha. Ele te chamou de galinha. A essa altura, eu já sabia do sentido figurado de galinha. Alíás, é uma figura das linguagem que reflete o teor diminutivo e desrespeitoso com os animais não humanos de nossa sociedade. Então, a imagem da galinha aparece na mente, mas eu já entendia que ele me chamava de "puta". Enfim, se eu já tinha me desiludido, fiquei com uma imagem dele pior ainda.

Além disso, quando ele estava namorando Morgana, a irmã de uma colega querida de ônibus, Ana Cecília, ele falou para aquela amiga de infância que me ajudou com a metáfora do milho, que ele nunca deixaria essa namorada por ninguém. Entretanto, ela não pensava o mesmo. Ela o deixou. Quando minha amiga me contou, eu achei foi bom. 

Depois de anos, a minha amiga, que me decifrou a metáfora do milho, me disse que encontrou ele na cidade e ele havia dito que queria "relembrar o passado ficando comigo novamente" e eu disse bem objetivamente "NÃO". Eu havia lembrado de tudo que ocorrera. Não posso, embora tenha sentido vontade, pois já estávamos adultos. Contudo, eu racionalizei: "não vou dar minha cara a tapa novamente. Estou tão bem assim. Avante". 



Eu sou uma boa pessoa

"Você é uma pessoa boa, Mari". Essa frase eu já escutei algumas vezes de amigas e amigos "irmãos". Eu comecei a entender...