Translate this blog. Please, choose your language

Pesquisar

"Bem vindo e bem vinda ao blog. Espero que goste do conteúdo. Muito obrigada pela visita. Deus te abençoe! e Volte sempre que quiser!" (Marília)

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

O meu hiperfoco é um só "tema com vários títulos interligados"




Reinicio este texto, após finalizá-lo à alguns segundos atrás tendo um insight: meu hiperfoco eu posso caracterizá-lo como um "tema com vários títulos interligados". Dessarte, a evolução humana é o tópico específico ao qual meu cérebro rumina, mas que é amplo no aspecto da pluralidade de sub-tópicos relacionados. 

No começo, era muito difícil para mim descobrir qual é meu hiperfoco. No entanto, tenho lido e ouvido autistas, principalmente mulheres, que tiveram vários hiperfocos durante a vida. Esses hiperfocos mudavam de acordo com a fase que estavam e que hiperfoco é justamente "respirar", "dormir e acordar" pensando nele. 

A partir disso, ficou mais fácil para mim. Hoje, eu tenho 39 anos e já vivi muito. Já tive muitas fases. Por exemplo, até hoje, eu sigo firme nos ensinamentos de Jesus desde o catecismo na minha infância. Quando eu conheci Jiddu Krishnsmurti, em uma busca na internet, em torno do 17 anos, eu continuei na mesma linha de raciocínio, embora JK seja indu. No entanto, ele falava sobre vigilância, sobre meditação do momento presente, auto-conhecimento, educação e amor sem posses, além da violência e separação que o cérebro humano tem sido educado. Ademais, fala também do conflito que isso gera no mundo e na perda de energia cerebral por conta desse condicionamento errado. Então, passei a comparar os ensinamentos de JK com os de Jesus. Assim, vou conhecendo outras filosofias e comparando com as de Jesus.

Assim, em todos os lugares que eu estava, eu introduzia uma pergunta se alguém conhecia Jiddu Krishnamurti. Como era raro alguém conhecê-lo, a conversa não durava muito por falta de interesse do outro. As poucas vezes que encontrei alguém que já havia o lido, foi com Lucy, Paty (uma ex-vizinha do Santa Mônica que é professora de educação física) e um amigo de um amigo americano (Gian Cavoto) de Viviane e "irmão" meu. Mesmo assim, essas pessoas não quiseram permanecer no diálogo por muito tempo. 

Outro dia, já morando em Recife, minha irmã mais velha fez uma tentativa rara de nos reunirmos com a loira para conversarmos sobre nossa convivência e eu era o foco negativo na cabeça autoritária e incompreensiva dela. Não lembro exatamente o que ela disse sobre mim, mas a mensagem do que ela disse que ficou foi que eu não sabia o que era "amar" e que eu só conseguia enxergar "meu próprio umbigo". Então, eu comecei a racionalizar o que era o amor segundo Jiddu Krishnamurti. Ela nem deu importância e minimizou minha tentativa de conversar ao dizer "ainda não sinto emoção, é só da boca pra fora". Algo assim, não exatamente com essas palavras. Isso foi o suficiente para eu ficar mais ansiosa do que já estava e entrei em crise. Tive um "piti" e não deu em nada a reunião familiar. 

Eu tenho aqui guardado os livretos que ganhei da Instituição Cultural Krishnamurti (ICK), representada por Onofre, na ápoca. Quando eu voltei para Recife, eu continuei falando com ele algumas vezes para dizer como estava o andamento do grupo de estudos que ele havia me indicado formar com um senhor em Boa Viagem. No entanto, não deu certo. O velho teve atitudes esquisitas comigo e eu não voltei mais lá. Então, desfoquei de JK, mas ainda tenho carinho pelos ensinamentos dele. Mostrei um DVD de JK a meu irmão mais novo em 2014 e falei bastante de coisas relacionadas à espiritualidade e ao Vale também quando eu tinha interrompido os estudo de medicina na Bolívia e voltei para o interior. Entretanto, eu me arrependi de confidencializar minha vida privada e o que eu achava que sobre meu pai e minha mãe juntos (eu dizia que ele sugava a energia dela). Enfim, esse irmão de sangue "diabolizou tudo o que expliquei a ele", principalmente o Vale. 

Pensando bem, muito do que era hiperfoco, deixou de ser quando algo desagradável acontecia. Eu digo isso, ao lembrar desse fato que "cortou o fio" que me fazia pensar e falar sempre nas mesmas coisas, ou melhor pessoas. 

O meu primeiro namorado foi um hiperfoco. Eureca! Quando eu ainda o romantizava na minha mente, eu só queria estar com ele, enquanto minha amiga, a decifradora de metáforas, ficava com um diferente em cada encontro que eu e ele tínhamos (vale frisar, só nos beijávamos). Mesmo estudando em Recife, eu pensava nele o tempo todo. Estando no quarto trancada, ouvindo música romântica ou na rua indo para a escola (vendo o rosto dele nos rapazes que passavam e depois percebendo que foi só ilusão da mente). Até quando eu já havia me distanciado, passei um bom tempo para parar de pensar nele. Eu também só queria saber das novidades sobre ele, inclusive, eu confesso que frequentava a casa dele como amiga da mãe dele, na esperança que ela falasse dele ou que ele estivesse em casa. Depois, passei a gostar dela como uma mãe.

Então, eu fui me dando conta que eu precisava me desvincular de vez, porque voltar a namorar eu não poderia por um ato de respeito a mim mesma, já que ele nunca me pediu desculpas. Não foi fácil, mas eu consegui depois de uns 4 anos. Recentemente, ele me buscou virtualmente e estávamos amigos on line, mas eu não quis me reaproximar. A minha mente relembrou de tudo de bom e de ruim e eu não queria que houvesse alguma confusão da parte das pessoas de fora, pois da minha parte eu tenho bem claro que meu hiperfoco é outro agora.

Eu desejo mesmo é seguir sozinha, mas com uma rede de apoio que Deus vai me guiando em cada caminho. Porque Ele é o meu único verdadeiro amigo. Nem a minha mãe me faz me sentir segura ao lado dela, ela continua me confundindo. Isso está dilacerando meu coração porque é uma ação continuada. Ela não está preparada para ser mãe, nunca esteve. É provável que eu precise de terapia para conversar sobre isso com algum profissional, mas em quem posso confiar? Quem não foi corrompido por aqueles que me perseguem?

A propósito, depois tive outros hiperfocos como o sistema nervoso, a célula, o reiki e os peludos que criei e crio e sobre o tema LGBT+. Assim, o que observo, nesse momento, é que não é apenas um mero apego à determinadas pessoas e "personagens" históricos, mas tem um link, uma ligação com a transpessoalidade, logo, com o que é virtuoso, espiritual, energético, evolutivo e as minhas interpretações têm sido consideradas até míticas por algumas pessoas porque eu sempre trago o viés para esse lado. 

Para ficar mais nítido, estou falando de hiperfoco em temas específicos e não em assuntos. Vale ressaltar que a definição de "tema" é algo mais amplo e "assunto" é algo definido e orientado. Portanto, o tema do meu hiperfoco é espiritualidade e crescimento pessoal, assim tudo que está relacionado, me chama a atenção desde criança.  Inclusive, meus estudos continuados me ajudaram a evoluir, pois é um dos caminhos para o conhecimento e crescimento. É bem marcante, frequente e ruminante essas questões em volta dessa temática. Por exemplo:

1- Eu me via repreendendo a minha mãe desde os 4 ou 5 anos (+-) por condutas que eu julgava ser errada, e o meu pai também, porém no início da adolescência; 

2- Desde quando tive uma "saída do corpo" e me indaguei "quem somos nós e para que viemos"? em torno dos 10 anos;

3- Quando eu me perguntei o que vim fazer aqui? (nesse caso, não mais em nível de humanidade, como no exemplo anterior, mas em nível individual) na vida adulta inicial.

4- O tema LGBT+ pode parecer que não tenha conexão, mas tem. Afinal, qual é a passagem bíblica que condena a prática homo-afetiva? O que tem é a condenação de práticas promíscuas e violentas. Não é a toa que, atualmente, as igrejas cristãs renovadas têm grupos de pessoas LGBT+ que são acolhidas e respeitadas, as quais podem praticar sua fé e sua sexualidade.

 

Eureca! É isso mesmo. Muito grata à espiritualidade e aos anjos por me fazerem enxergar mais amplo.


A metáfora do milho

 


Quando eu era adolescente (cerca dos 14 anos), eu tive um romance escondido com um vizinho porque meu pai proibia as filhas de namorarem em casa. Aliás, ele nos proibia de ter amigos, inclusive de conversar com qualquer menino. Só poderíamos ter amigas. Eu passei 4 anos gostando dele, mesmo eu morando em outra cidade. No entanto, eu afastei dele quando descobri que ele me traía. Eu deduzi que ele procurava nas outras meninas o que não queria dar a ele: o meu corpo. Pois, eu não sentia vontade nem de preliminares. 

Eu decidi nem ser amiga. Sofri muito durante esses 4 anos, mas me desvinculei dele. Demorou, mas eu me desapeguei, graças a Deus. O dia que contribuiu para "a minha ficha começar a cair" foi em uma festa de rua no interior. Eu o vi indo ao bar de Mazé "gaga" com um outro amigo que o havia chamado. Antes disso, eu o vi pegando na mão de uma garota meio que escondido. Neste caso, eu fiquei em dúvida, mas em alerta e isso me deu um choque de realidade entre o que eu havia idealizado dele e o que ele era de fato. O estopim foi tê-lo visto abraçado como se fossem namorados com a outra pessoa.

Uma irmã de consideração, Neide, me viu olhando para eles na esquina, me perguntou o que eu estava fazendo ali. Era uma noite fria. Eu disse a ela o que aconteceu...que eu tinha acabado de ver meu namorado me traindo. Eu estava desapontada. Então, nos despedimos e fui para casa decidida a me afastar.

Não lembro da sequência... se foi no outro dia ou depois que eu me embebedei. Era dia de festa na rua ainda e um moço mais novo que eu se chegou para dançar (o apelido dele era Miquinha) e nos beijamos. Eu fiz de propósito para o meu namorado oculto (que já era "ex" pra mim) saber por outras pessoas. Dessa forma, nós terminamos nosso relacionamento atípico.

Então, eu e minha amiga e ex-vizinha de adolescência estávamos passando pela rua principal, perto antigo club, quando o vimos do outro lado da rua. Ela me mostrou o que ele estava fazendo: jogando milho na rua. Aí, eu fiquei sem entender. Ela deve ter visto minha cara de interrogação e me falou: "Tu não entendeu não foi? Quem come milho, Marília?" e eu continuei sem entender. Então, ela explicou: Né a galinha. Ele te chamou de galinha. A essa altura, eu já sabia do sentido figurado de galinha. Alíás, é uma figura das linguagem que reflete o teor diminutivo e desrespeitoso com os animais não humanos de nossa sociedade. Então, a imagem da galinha aparece na mente, mas eu já entendia que ele me chamava de "puta". Enfim, se eu já tinha me desiludido, fiquei com uma imagem dele pior ainda.

Além disso, quando ele estava namorando Morgana, a irmã de uma colega querida de ônibus, Ana Cecília, ele falou para aquela amiga de infância que me ajudou com a metáfora do milho, que ele nunca deixaria essa namorada por ninguém. Entretanto, ela não pensava o mesmo. Ela o deixou. Quando minha amiga me contou, eu achei foi bom. 

Depois de anos, a minha amiga, que me decifrou a metáfora do milho, me disse que encontrou ele na cidade e ele havia dito que queria "relembrar o passado ficando comigo novamente" e eu disse bem objetivamente "NÃO". Eu havia lembrado de tudo que ocorrera. Não posso, embora tenha sentido vontade, pois já estávamos adultos. Contudo, eu racionalizei: "não vou dar minha cara a tapa novamente. Estou tão bem assim. Avante". 



sábado, 9 de setembro de 2023

Dificuldade com olhares




Hoje eu fui testar mais um aplicativo de criação de avatares e emojis e tive uma surpresa. Uma das figurinhas criadas pelo app foi esta aqui abaixo. Eu fiquei surpresa porque essa expressão facial eu copiei e uso no sentido de "quero te entender". No entanto, ao ler o emoticon, eu entendi que esse olhar de fechar os dois olhos parcialmente é usado tipicamente quando alguém já entendeu uma situação. 

Título da imagem: "saquei"


Eu comecei a usá-lo, mais ou menos, em 2016, antes de ir para o Paraguai, quando fui terminar a faculdade de medicina. Lembro que estávamos eu, mainha e meu irmão, na sala-corredor e na breve conversa, eu fiz esse olhar para meu irmão mais novo após ele falar algo (nem lembro o que). A impressão que ficou foi a de que eu estava tentando decifrar ele. Eu acho que a nossa relação já estava ruim por causa do mal entendido da venda do carro de meu pai (que minha mãe pagava sem poder e meu irmão usava só pra ele), mas não tenho certeza. Eu não escondi esse olhar e ele reagiu olhando de volta, parecia sério, acho que ele não gostou desse meu olhar. Então, eu não perguntei "o que foi?" e deixei ele pensar o que quisesse. 

Dessarte, esse é um outro exemplo da minha falta de habilidade social durante toda a minha vida. Pude relatá-lo porque tive um momento de "eureca" hoje enquanto descobria mais uma tecnologia para minhas artes. Eu realmente fico me dizendo "você deveria estar estudando para o Enem" e estou me sentindo angustiada, a minha cabeça fica pesada. Então, já que não estou conseguindo me dedicar como eu gostaria ao vestibular, eu decido descontrair com os desenhos. Certamente, ocorreram diversas situações parecidas, inclusive com expressões faciais inadequadas, mas não lembro agora e outras nem cheguei a me dar conta.




domingo, 3 de setembro de 2023

Lucy me disse que eu sou determinada






Lucy me disse que eu sou determinada a cumprir meus anseios e obrigações, não procrastinadora. Ela concluiu isso, quando eu decidi ir ao primeiro curso de Psych-k, em São Paulo. Apesar das adversidades, do meu medo de viajar de avião, de ter quer enfrentar uma cidade grande e desconhecida sozinha e também pessoas desconhecidas, eu fui porque Marina, a organizadora, me incentivou bastante, inclusive deu desconto e falou para dividir no crédito a passagem. mostrei o e-mail a Marciana e ela achou, junto com Márcia, que seria bom pra mim.

Embora eu tenha ficado trancada no quarto do hotel do evento (porque tive medo de ficar em outro mais barato), ter ido e voltado de táxi (Marina falou para eu voltar de metrô, mas eu falei a ela que isso não era uma opção, porque eu não saberia calcular o tempo e poderia me perder. Aliás, já me perdi bastante em Recife nos primeiros anos que morei lá, principalmente ao entardecer e à noite. 

Minha irmã loira estava em um curso por lá também, então, passou lá no último dia e deixou o cartão. Eu fiquei meio desesperada porque estava sem crédito no celular, mas consegui mandar a mensagem do celular de alguém, creio que foi assim, mas, no final, ela recebeu a mensagem e foi ao meu encontro. (Re-editando, em 28-19-2023, às 18:40, eu liguei ou mandei mensagem a cobrar).

Marina me chamou para sair à boate, mas eu não quis e também queria subir ao meu quarto para praticar o Psych-k comigo, mas não poderia. Era regra do hotel. Ela disse, bem depois, que teve medo de me deixar sozinha conversando com um dos participantes. De fato, ele veio com ideias estranhas, mas eu não percebi a maldade na hora. Ele me chamou para ir a uma livraria (ou era biblioteca), para sairmos dali do hotel, mas eu não queria de jeito nenhum. Então, eu subi e fui para o quarto dormir para ir para o aeroporto no outro dia. 

Quando eu voltei, eu mostrei a Lucy como era a técnica, mas ela não gostou e não quis aprender. Eu fiquei triste, porque afinal, foi ela quem me apresentou ao livro "A Biologia da Crença" o qual fala dessa técnica de PNL. Ela, então, me disse: "mas estou muito orgulhosa de você porque você foi atrás e conseguiu o que queria". 

Demissexualidade e autismo


Demissexualidade é um termo usado para designar assexuais que despertam seu interesse sexual, ficam excitados e sentem tesão após criarem laços afetivos por uma pessoa em especial. Alguns, fazem isso sem a necessidade de um relacionamento amoroso duradouro, mas eu me encaixo entre aqueles românticos estritos que precisam estar em um relacionamento sério. Além disso, eu preciso que a outra pessoa me passe segurança do mesmo sentimento por mim e que me aceite como sou, caso contrário, eu estaria me "estuprando" eu mesma ao seguir o rápido ritmo daquelas pessoas que "namoram pelados" sem nem se conhecerem. Tudo bem se têm gente que consegue fazer isso, o importante é ser feliz. Entretanto, eu não estava feliz seguindo um fluxo que não é o meu. Mais uma vez, eu estava do lado contrário. Assim, eu me frustrei bastante. Depois de experimentar e testar várias vezes, eu percebi que eu estava no caminho errado e me traumatizando mais. Além disso, "caiu a ficha" que estaria correndo riscos de doenças sexualmente transmissíveis mesmo sendo com mulheres. 

Então, foi quando criei consciência e decidi que fazia mais sentido para mim construir uma história de amor e companheirismo com uma mulher, seguindo o que uma "sister" me falou sobre ela. Ela havia me dito que preferia construir uma história. Foi um ensinamento, mas na prática, eu não conseguia passar muito tempo com a garota que eu conhecia. Assim, o tempo foi se passando e eu fui me restringindo de ceder à vontade sexual da minha pretendente, quando já entendia que eu não deveria me forçar nem deixar que me forçassem. O problema, agora, era encontrar alguém do sexo feminino que me respeitasse e quisesse namorar e casar. O tempo passou. Parei de hiper-focar nisso, mas me apaixonei algumas vezes sem ter posto em prática, na maioria das vezes. Uma vez, eu tive total discernimento com uma enfermeira do curso de acupuntura. "Algo me falava" para não ir a nenhum encontro que ela marcou. Embora, eu já estivesse com o corpo respondendo à paixão, eu disse a mim mesma para não continuar esse romantismo (da minha parte) após ela me mandar mensagens diretas sobre não querer namorar após eu tocar no assunto. Ela disse que traiu o maior amor dela e que não se apaixonava por mais ninguém. Então, eu pensei: "o ciclo está querendo se repetir", não posso permitir isso. Então, ela parou de falar comigo e eu não fiz questão de me distanciar. Ela me contou que ela ficava com homens e isso também foi um motivo a mais para eu me afastar. Ela só falou essas coisas bem depois quando eu já estava no interior. Quando eu disse que nós éramos parecidas, eu me referia ao fato de sermos do clube LGBT+ (lésbicas) e não por ela ser bipolar. 

Bem, a demissexualidade ocorre tanto em mulheres que se relacionam com homens ou com outras mulheres. Assim, existem lésbicas, bissexuais e heterosexuais com demissexualidade. Após eu ver vídeos explicativos, que é comum uma pessoa sentir atração sexual por outra sem nem a conhecer, só por ver o físico, não necessariamente que vá por em prática o sexo, mas sente o desejo sexual. Eu não sou assim. Inclusive, eu já fiquei chateada muitas vezes ao saber da possibilidade da minha primeira ex-namorada estar sentindo tesão por outras pessoas. Não só naquela época, mas até recentemente. Eu achava isso traição porque eu não sabia que era normal.Assim, ainda preciso compreender melhor certas coisas em relação a isso.

É comum meu cérebro descrever a beleza e chegar a uma conclusão "é bonito ou bonita", mas isso não é sinal de paquera nem de desejo sexual. É uma racionalização. Pra ser sincera, eu não gosto nem que toquem em mim enquanto falam, muito menos com outras intenções. Eu que tenho que chegar primeiro ou ela tem que avisar e vir com calma, não de supetão, seja para um abraço ou um beijo. Bem, eu poderia dizer vários exemplos em que eu me esquivei até de pessoas que eu tinha mais aproximação, mas o texto já está longo e eu tô ficando com dor de cabeça. Tchau!

Será que tenho déficit de atenção ou será desinteresse?



É comum eu bater nos objetos e me machucar. Quando vejo, estou com marcas de corte ou pancadas (as ronchas, como dizia Sheila, minha prima). Hoje mesmo, fui cortar o Jerimum em pedaços a fim de guardá-los num pote e ficar mais prático na hora de cozinhar para o almoço. Pum, cortei o dedo mindinho.  Geralmente, eu não sinto dor, mas hoje eu senti a dorzinha. Lembro que minha colega de faculdade de medicina da Bolívia do terceiro e quarto ano, Íngrid, foi almoçar lá em casa e eu fiz feijão pra gente. Aí mostrei meu dedo polegar cortado e com bandeid e falei o que aconteceu na hora que eu tava cortando a Charque (eu tinha voltado a comer carne porque eu tava com problema de memória e concentração no segundo semestre e meu professor perguntou se isso não era falta de "hierro", ou seja, ferro). Como eu não tinha nem sabia como fazer uma alimentação vegetariana balanceada, voltei a comer carne, porém, em menos quantidade. Agora, estou aproveitando as dicas de vegetarianos e veganos e estou com energia e satisfeita por ter eliminado a proteína animal das receitas. 

Bem, eu costumava torcer meu pé, mesmo de sandália e esbarrar meu mindinho do pé na quina da porta, por exemplo. Além disso, costumo não prestar atenção em muitas coisas, mas quando me dou conta disso, eu faço um esforço para estar atenta. Por exemplo, no dia da avaliação psicológica para tirar minha carteira de motorista, há muitos anos atrás, eu quase fui reprovada. A avaliadora me chamou a atenção 2 vezes para a etapa que demonstrei desatenção e ela me disse que, se acontecesse novamente, ela iria me reprovar. Então, fiquei hiper-vigilante e passei de fase. Na prática, eu reprovei a primeira vez na última etapa de estacionamento porque não prestei atenção que a marcha estava na primeira, quando eu deveria ter dado ré (uma chance do avaliador que me mandou sair dali sem bater, pois eu estava mal posicionada). 

O fato de eu estar mal posicionada foi porque os professores da auto-escola não me ensinaram bem. O primeiro gritou comigo enquanto eu dirigia. Então, chegando na auto-escola na volta, eu o denunciei. Aí, trocaram de professor, mas esse outro não me ensinou bem a estacionar e eu fui pra segunda prova sem ter domínio em estacionar novamente. Quase fui reprovada de novo, mas esse professor apareceu de longe e o avaliador que já vinha em minha direção pedir pra que eu saísse do carro (me reprovando), desviou e foi falar com meus dois maus professores. Aí, ele veio até a mim e me aprovou. Quando fui para fora do Detran, eles apareceram pra falar comigo e eu fiquei em dúvida do que eles queriam de fato. Eu estava em dúvida, porque me falaram que os funcionários de auto-escola estavam cobrando taxa extra (propina) e por isso, ensinavam de forma incompleta para parecer que o problema era do aluno. Depois, tudo foi se encaixando e concluí que era por isso que eles estavam sendo rudes comigo. Eu havia dado um DVD ao segundo professor antes da prova. Era um filme gospel (Desafiando Gigantes) que falava da historia de um jogador de futebol americano. Não sei o que ele entendeu com essa minha atitude, mas eu intencionava seguir meu coração que me pedia para fazer isso. 

Outra vez, no Paraguai, nas férias de fim de ano, uma colega de curso foi na casa que eu morava para me chamar para ir ao Shopping, eu não notei (ou notei e não falei... não lembro) que ela tinha cortado o cabelo. Depois disso, eu comecei a observar as pessoas quando elas cortavam o cabelo, eu logo mencionava "cortou o cabelo". O fato é que eu me calo muito, mas tenho aprendido que preciso falar mais. 

Já com coisas que eu tenho interesse, eu sou mais observadora. Por exemplo, quando eu fui para uma sessão com Eliane, a última psicóloga que me atendeu desde 2019, eu notei um carregador de celular que estava ao lado esquerdo na parede. Aí perguntei de qual celular era. Lembro também que um brother do centro espírita cardecista da Bolívia foi lá em casa para conversar, após eu ter me afastado do centro por causa de um cara lá que foi muito rude comigo em uma sessão de treino que estávamos fazendo (outro brother também deixou de ir e me falou que foi por causa do grosseiro e que sabia que não daria certo nossas sessões porque ele tinha histórico e não estava preparado). Bem, o irmão, que foi me visitar, fez uma mágica com moedas e perguntou se eu tinha entendido o truque. Eu não percebi como era nem em velocidade lenta, mas ele explicou depois. Eu não entendi nem perguntei o que aquilo significava. Bem depois, eu associei à falta de atenção. Eu não "penso rápido" com novidades.

Outra coisa, era comum eu "engolir" letras nas frases, erro bastante se escrevo à mão, inclusive passo um texto (redação, por exemplo) várias vezes, porque sempre erro cada vez que tô passando à limpo e isso me consome bastante tempo (não contei quanto, mas posso chutar uns 40 minutos). Ao final, ainda tem erros mínimos, então, desconsidero e deixo como ficou. 

Ás vezes, também me observo com a blusa pelo avesso. Quando me dou conta, geralmente, alguém viu primeiro. Isso aconteceu algumas vezes, mas lembro de Foz, da vizinha da frente que tem um filho. Ela olhou minha blusa e ficou achando graça, eu acho. Aí olhei pra blusa e entendi o porque.

É também comum eu não conseguir terminar de ler livros, por exemplo, os paradidáticos da escola, eu não li nenhum, exceto Iracema. Eu consegui entender desde o começo, então foi o único que li completamente dentre os paradidáticos. Comprei bastante livro relacionados a meu hiperfoco, mas não consegui ler todos por completo, apenas como pesquisa, porque eu demoro a ler. Na minha adolescência, eu passava 2 horas para ler e entender um parágrafo. Hoje, eu continuo comprando, mas lendo apenas partes, na maioria das vezes. É como se minha mente vagueasse enquanto eu lia no automático, sem nenhum estar no momento presente. Era assim também para escutar o que estavam falando para mim. Depois que conheci o Reiki e as meditações do "aqui e agora" pelo menos em 1 minuto treinando a mente para estar presente e depois que uma amiga (Abacaxi) me ensinou a beijar no momento presente, não aprendi nem entendi no dia que nos beijamos, mas com os anos, fui "digerindo" esses aprendizados. De fato, até o beijo era mecânico e técnico. Assim, eu não senti prazer nem tesão ao beijar. De fato, eu sempre fui escolhida, na maioria das vezes, e eu quando escolhia, era de forma racional. Depois, me apaixonava e descobri que eu não tinha um problema, as pessoas é que eram rápidas demais e eu tentei acompanhar esse ritmo sem estar preparada. 

Assim que eu pesquisei sobre autismo, no segundo semestre de 2016, quando ainda era só uma suspeita na minha mente, eu também pesquisei sobre TDAH, mas descartei a possibilidade. No entanto, eu não sabia que poderia ser autista e ao mesmo tempo TDAH. Então, o autismo fazia mais sentido quando "o filme da vida" foi passando na minha cabeça à medida que lia mais e mais sobre autismo, pois se encaixava perfeitamente. Eu realmente, não consegui me enquadrar, mas tenho dúvidas a esse respeito, se é só desinteresse ou tenho, de fato, déficit de atenção. 

Eu sou uma boa pessoa

"Você é uma pessoa boa, Mari". Essa frase eu já escutei algumas vezes de amigas e amigos "irmãos". Eu comecei a entender...