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"Bem vindo e bem vinda ao blog. Espero que goste do conteúdo. Muito obrigada pela visita. Deus te abençoe! e Volte sempre que quiser!" (Marília)

sábado, 9 de setembro de 2023

Dificuldade com olhares




Hoje eu fui testar mais um aplicativo de criação de avatares e emojis e tive uma surpresa. Uma das figurinhas criadas pelo app foi esta aqui abaixo. Eu fiquei surpresa porque essa expressão facial eu copiei e uso no sentido de "quero te entender". No entanto, ao ler o emoticon, eu entendi que esse olhar de fechar os dois olhos parcialmente é usado tipicamente quando alguém já entendeu uma situação. 

Título da imagem: "saquei"


Eu comecei a usá-lo, mais ou menos, em 2016, antes de ir para o Paraguai, quando fui terminar a faculdade de medicina. Lembro que estávamos eu, mainha e meu irmão, na sala-corredor e na breve conversa, eu fiz esse olhar para meu irmão mais novo após ele falar algo (nem lembro o que). A impressão que ficou foi a de que eu estava tentando decifrar ele. Eu acho que a nossa relação já estava ruim por causa do mal entendido da venda do carro de meu pai (que minha mãe pagava sem poder e meu irmão usava só pra ele), mas não tenho certeza. Eu não escondi esse olhar e ele reagiu olhando de volta, parecia sério, acho que ele não gostou desse meu olhar. Então, eu não perguntei "o que foi?" e deixei ele pensar o que quisesse. 

Dessarte, esse é um outro exemplo da minha falta de habilidade social durante toda a minha vida. Pude relatá-lo porque tive um momento de "eureca" hoje enquanto descobria mais uma tecnologia para minhas artes. Eu realmente fico me dizendo "você deveria estar estudando para o Enem" e estou me sentindo angustiada, a minha cabeça fica pesada. Então, já que não estou conseguindo me dedicar como eu gostaria ao vestibular, eu decido descontrair com os desenhos. Certamente, ocorreram diversas situações parecidas, inclusive com expressões faciais inadequadas, mas não lembro agora e outras nem cheguei a me dar conta.




domingo, 3 de setembro de 2023

Lucy me disse que eu sou determinada






Lucy me disse que eu sou determinada a cumprir meus anseios e obrigações, não procrastinadora. Ela concluiu isso, quando eu decidi ir ao primeiro curso de Psych-k, em São Paulo. Apesar das adversidades, do meu medo de viajar de avião, de ter quer enfrentar uma cidade grande e desconhecida sozinha e também pessoas desconhecidas, eu fui porque Marina, a organizadora, me incentivou bastante, inclusive deu desconto e falou para dividir no crédito a passagem. mostrei o e-mail a Marciana e ela achou, junto com Márcia, que seria bom pra mim.

Embora eu tenha ficado trancada no quarto do hotel do evento (porque tive medo de ficar em outro mais barato), ter ido e voltado de táxi (Marina falou para eu voltar de metrô, mas eu falei a ela que isso não era uma opção, porque eu não saberia calcular o tempo e poderia me perder. Aliás, já me perdi bastante em Recife nos primeiros anos que morei lá, principalmente ao entardecer e à noite. 

Minha irmã loira estava em um curso por lá também, então, passou lá no último dia e deixou o cartão. Eu fiquei meio desesperada porque estava sem crédito no celular, mas consegui mandar a mensagem do celular de alguém, creio que foi assim, mas, no final, ela recebeu a mensagem e foi ao meu encontro. (Re-editando, em 28-19-2023, às 18:40, eu liguei ou mandei mensagem a cobrar).

Marina me chamou para sair à boate, mas eu não quis e também queria subir ao meu quarto para praticar o Psych-k comigo, mas não poderia. Era regra do hotel. Ela disse, bem depois, que teve medo de me deixar sozinha conversando com um dos participantes. De fato, ele veio com ideias estranhas, mas eu não percebi a maldade na hora. Ele me chamou para ir a uma livraria (ou era biblioteca), para sairmos dali do hotel, mas eu não queria de jeito nenhum. Então, eu subi e fui para o quarto dormir para ir para o aeroporto no outro dia. 

Quando eu voltei, eu mostrei a Lucy como era a técnica, mas ela não gostou e não quis aprender. Eu fiquei triste, porque afinal, foi ela quem me apresentou ao livro "A Biologia da Crença" o qual fala dessa técnica de PNL. Ela, então, me disse: "mas estou muito orgulhosa de você porque você foi atrás e conseguiu o que queria". 

Demissexualidade e autismo


Demissexualidade é um termo usado para designar assexuais que despertam seu interesse sexual, ficam excitados e sentem tesão após criarem laços afetivos por uma pessoa em especial. Alguns, fazem isso sem a necessidade de um relacionamento amoroso duradouro, mas eu me encaixo entre aqueles românticos estritos que precisam estar em um relacionamento sério. Além disso, eu preciso que a outra pessoa me passe segurança do mesmo sentimento por mim e que me aceite como sou, caso contrário, eu estaria me "estuprando" eu mesma ao seguir o rápido ritmo daquelas pessoas que "namoram pelados" sem nem se conhecerem. Tudo bem se têm gente que consegue fazer isso, o importante é ser feliz. Entretanto, eu não estava feliz seguindo um fluxo que não é o meu. Mais uma vez, eu estava do lado contrário. Assim, eu me frustrei bastante. Depois de experimentar e testar várias vezes, eu percebi que eu estava no caminho errado e me traumatizando mais. Além disso, "caiu a ficha" que estaria correndo riscos de doenças sexualmente transmissíveis mesmo sendo com mulheres. 

Então, foi quando criei consciência e decidi que fazia mais sentido para mim construir uma história de amor e companheirismo com uma mulher, seguindo o que uma "sister" me falou sobre ela. Ela havia me dito que preferia construir uma história. Foi um ensinamento, mas na prática, eu não conseguia passar muito tempo com a garota que eu conhecia. Assim, o tempo foi se passando e eu fui me restringindo de ceder à vontade sexual da minha pretendente, quando já entendia que eu não deveria me forçar nem deixar que me forçassem. O problema, agora, era encontrar alguém do sexo feminino que me respeitasse e quisesse namorar e casar. O tempo passou. Parei de hiper-focar nisso, mas me apaixonei algumas vezes sem ter posto em prática, na maioria das vezes. Uma vez, eu tive total discernimento com uma enfermeira do curso de acupuntura. "Algo me falava" para não ir a nenhum encontro que ela marcou. Embora, eu já estivesse com o corpo respondendo à paixão, eu disse a mim mesma para não continuar esse romantismo (da minha parte) após ela me mandar mensagens diretas sobre não querer namorar após eu tocar no assunto. Ela disse que traiu o maior amor dela e que não se apaixonava por mais ninguém. Então, eu pensei: "o ciclo está querendo se repetir", não posso permitir isso. Então, ela parou de falar comigo e eu não fiz questão de me distanciar. Ela me contou que ela ficava com homens e isso também foi um motivo a mais para eu me afastar. Ela só falou essas coisas bem depois quando eu já estava no interior. Quando eu disse que nós éramos parecidas, eu me referia ao fato de sermos do clube LGBT+ (lésbicas) e não por ela ser bipolar. 

Bem, a demissexualidade ocorre tanto em mulheres que se relacionam com homens ou com outras mulheres. Assim, existem lésbicas, bissexuais e heterosexuais com demissexualidade. Após eu ver vídeos explicativos, que é comum uma pessoa sentir atração sexual por outra sem nem a conhecer, só por ver o físico, não necessariamente que vá por em prática o sexo, mas sente o desejo sexual. Eu não sou assim. Inclusive, eu já fiquei chateada muitas vezes ao saber da possibilidade da minha primeira ex-namorada estar sentindo tesão por outras pessoas. Não só naquela época, mas até recentemente. Eu achava isso traição porque eu não sabia que era normal.Assim, ainda preciso compreender melhor certas coisas em relação a isso.

É comum meu cérebro descrever a beleza e chegar a uma conclusão "é bonito ou bonita", mas isso não é sinal de paquera nem de desejo sexual. É uma racionalização. Pra ser sincera, eu não gosto nem que toquem em mim enquanto falam, muito menos com outras intenções. Eu que tenho que chegar primeiro ou ela tem que avisar e vir com calma, não de supetão, seja para um abraço ou um beijo. Bem, eu poderia dizer vários exemplos em que eu me esquivei até de pessoas que eu tinha mais aproximação, mas o texto já está longo e eu tô ficando com dor de cabeça. Tchau!

Será que tenho déficit de atenção ou será desinteresse?



É comum eu bater nos objetos e me machucar. Quando vejo, estou com marcas de corte ou pancadas (as ronchas, como dizia Sheila, minha prima). Hoje mesmo, fui cortar o Jerimum em pedaços a fim de guardá-los num pote e ficar mais prático na hora de cozinhar para o almoço. Pum, cortei o dedo mindinho.  Geralmente, eu não sinto dor, mas hoje eu senti a dorzinha. Lembro que minha colega de faculdade de medicina da Bolívia do terceiro e quarto ano, Íngrid, foi almoçar lá em casa e eu fiz feijão pra gente. Aí mostrei meu dedo polegar cortado e com bandeid e falei o que aconteceu na hora que eu tava cortando a Charque (eu tinha voltado a comer carne porque eu tava com problema de memória e concentração no segundo semestre e meu professor perguntou se isso não era falta de "hierro", ou seja, ferro). Como eu não tinha nem sabia como fazer uma alimentação vegetariana balanceada, voltei a comer carne, porém, em menos quantidade. Agora, estou aproveitando as dicas de vegetarianos e veganos e estou com energia e satisfeita por ter eliminado a proteína animal das receitas. 

Bem, eu costumava torcer meu pé, mesmo de sandália e esbarrar meu mindinho do pé na quina da porta, por exemplo. Além disso, costumo não prestar atenção em muitas coisas, mas quando me dou conta disso, eu faço um esforço para estar atenta. Por exemplo, no dia da avaliação psicológica para tirar minha carteira de motorista, há muitos anos atrás, eu quase fui reprovada. A avaliadora me chamou a atenção 2 vezes para a etapa que demonstrei desatenção e ela me disse que, se acontecesse novamente, ela iria me reprovar. Então, fiquei hiper-vigilante e passei de fase. Na prática, eu reprovei a primeira vez na última etapa de estacionamento porque não prestei atenção que a marcha estava na primeira, quando eu deveria ter dado ré (uma chance do avaliador que me mandou sair dali sem bater, pois eu estava mal posicionada). 

O fato de eu estar mal posicionada foi porque os professores da auto-escola não me ensinaram bem. O primeiro gritou comigo enquanto eu dirigia. Então, chegando na auto-escola na volta, eu o denunciei. Aí, trocaram de professor, mas esse outro não me ensinou bem a estacionar e eu fui pra segunda prova sem ter domínio em estacionar novamente. Quase fui reprovada de novo, mas esse professor apareceu de longe e o avaliador que já vinha em minha direção pedir pra que eu saísse do carro (me reprovando), desviou e foi falar com meus dois maus professores. Aí, ele veio até a mim e me aprovou. Quando fui para fora do Detran, eles apareceram pra falar comigo e eu fiquei em dúvida do que eles queriam de fato. Eu estava em dúvida, porque me falaram que os funcionários de auto-escola estavam cobrando taxa extra (propina) e por isso, ensinavam de forma incompleta para parecer que o problema era do aluno. Depois, tudo foi se encaixando e concluí que era por isso que eles estavam sendo rudes comigo. Eu havia dado um DVD ao segundo professor antes da prova. Era um filme gospel (Desafiando Gigantes) que falava da historia de um jogador de futebol americano. Não sei o que ele entendeu com essa minha atitude, mas eu intencionava seguir meu coração que me pedia para fazer isso. 

Outra vez, no Paraguai, nas férias de fim de ano, uma colega de curso foi na casa que eu morava para me chamar para ir ao Shopping, eu não notei (ou notei e não falei... não lembro) que ela tinha cortado o cabelo. Depois disso, eu comecei a observar as pessoas quando elas cortavam o cabelo, eu logo mencionava "cortou o cabelo". O fato é que eu me calo muito, mas tenho aprendido que preciso falar mais. 

Já com coisas que eu tenho interesse, eu sou mais observadora. Por exemplo, quando eu fui para uma sessão com Eliane, a última psicóloga que me atendeu desde 2019, eu notei um carregador de celular que estava ao lado esquerdo na parede. Aí perguntei de qual celular era. Lembro também que um brother do centro espírita cardecista da Bolívia foi lá em casa para conversar, após eu ter me afastado do centro por causa de um cara lá que foi muito rude comigo em uma sessão de treino que estávamos fazendo (outro brother também deixou de ir e me falou que foi por causa do grosseiro e que sabia que não daria certo nossas sessões porque ele tinha histórico e não estava preparado). Bem, o irmão, que foi me visitar, fez uma mágica com moedas e perguntou se eu tinha entendido o truque. Eu não percebi como era nem em velocidade lenta, mas ele explicou depois. Eu não entendi nem perguntei o que aquilo significava. Bem depois, eu associei à falta de atenção. Eu não "penso rápido" com novidades.

Outra coisa, era comum eu "engolir" letras nas frases, erro bastante se escrevo à mão, inclusive passo um texto (redação, por exemplo) várias vezes, porque sempre erro cada vez que tô passando à limpo e isso me consome bastante tempo (não contei quanto, mas posso chutar uns 40 minutos). Ao final, ainda tem erros mínimos, então, desconsidero e deixo como ficou. 

Ás vezes, também me observo com a blusa pelo avesso. Quando me dou conta, geralmente, alguém viu primeiro. Isso aconteceu algumas vezes, mas lembro de Foz, da vizinha da frente que tem um filho. Ela olhou minha blusa e ficou achando graça, eu acho. Aí olhei pra blusa e entendi o porque.

É também comum eu não conseguir terminar de ler livros, por exemplo, os paradidáticos da escola, eu não li nenhum, exceto Iracema. Eu consegui entender desde o começo, então foi o único que li completamente dentre os paradidáticos. Comprei bastante livro relacionados a meu hiperfoco, mas não consegui ler todos por completo, apenas como pesquisa, porque eu demoro a ler. Na minha adolescência, eu passava 2 horas para ler e entender um parágrafo. Hoje, eu continuo comprando, mas lendo apenas partes, na maioria das vezes. É como se minha mente vagueasse enquanto eu lia no automático, sem nenhum estar no momento presente. Era assim também para escutar o que estavam falando para mim. Depois que conheci o Reiki e as meditações do "aqui e agora" pelo menos em 1 minuto treinando a mente para estar presente e depois que uma amiga (Abacaxi) me ensinou a beijar no momento presente, não aprendi nem entendi no dia que nos beijamos, mas com os anos, fui "digerindo" esses aprendizados. De fato, até o beijo era mecânico e técnico. Assim, eu não senti prazer nem tesão ao beijar. De fato, eu sempre fui escolhida, na maioria das vezes, e eu quando escolhia, era de forma racional. Depois, me apaixonava e descobri que eu não tinha um problema, as pessoas é que eram rápidas demais e eu tentei acompanhar esse ritmo sem estar preparada. 

Assim que eu pesquisei sobre autismo, no segundo semestre de 2016, quando ainda era só uma suspeita na minha mente, eu também pesquisei sobre TDAH, mas descartei a possibilidade. No entanto, eu não sabia que poderia ser autista e ao mesmo tempo TDAH. Então, o autismo fazia mais sentido quando "o filme da vida" foi passando na minha cabeça à medida que lia mais e mais sobre autismo, pois se encaixava perfeitamente. Eu realmente, não consegui me enquadrar, mas tenho dúvidas a esse respeito, se é só desinteresse ou tenho, de fato, déficit de atenção. 

O termo "amizade" e seus derivados



Devido à confusão de entendimento da palavra "amig@" causa quando eu a uso nas minhas frases, eu resolvi substitui-la por "irmã/irmão". 

Eu sempre utilizei o termo para designar o seu sentido literal, onde a amizade é "preto com branco", logo, sem nenhuma intenção sexual. No entanto, aprendi que a "amizade colorida" é mais comum do que eu imaginava, pois irmãos e irmãs de jornada me disseram que é comum os amigos ficarem uns com os outros. Aí eu disse que eu não ficava com amigo e amiga, pois se houvesse algum envolvimento a mais era com interesse em ser mais que amigo. Então, eu não intencionava ter amigos e amigas "coloridas", mas um romance.

Portanto, aos poucos, vou incorporando esse termo e trocando "amizade, amigo e amiga" por "irmão e irmã", para não haver mal entendido e eu não ter que ficar me explicando todas as vezes.

Re-editando: me confundo algumas vezes, falando o termo no sentido literal, porque minha mente é rígida, mas me dou conta e logo eu corrijo a confusão de entendimentos criada ao perceber que usei como era de costume.

sábado, 2 de setembro de 2023

Mais relatos de bulling e prejuízo




Quem leu meu e-book gratuito, Mundo de Marília, sabe do meu último e grande bulling em níveis nacional e internacional que envolveu professores abusadores. Bem, uma mentira contada uma vez, o mentiroso fica refém de si mesmo para continuar mentindo, disse Lula em uma audiência de quando foi preso político injustamente na Operação Lava Jato. Esses professores agiram feito a OPLJ, queriam me incriminar sem crime e sem provas. Eles distorciam os fatos e tentaram me prejudicar por causa de questões pessoais.  Quem perdeu foram eles, porque a faculdade ficou "suja" bem como os intintulados erroneamente de docentes, pois muitos prejudicados se uniram e os denunciaram também. Claro! de uma forma mais efetiva que a minha.

Entretanto, não é de hoje que esse tipo de pessoa me submete à humilhação. Na época da faculdade de veterinária, quando saímos do ciclo básico e fomos estudar no DMV (Departamento de Medicina Veterinária), nos deparamos com professores problemáticos. Um deles era Edvaldo e o outro era Tuddudy, um idoso argentino, ambos da área de cirurgia. O primeiro era cirurgião do departamento e o segundo era professor de técnica cirúrgica. Na primeira prova desta matéria, eu tirei acima de 90, mas depois de uma humilhação, em sala prática, eu passei a não prestar muita atenção nas aulas, pois havia me desiludido com o professor. Ele havia me passado algo para eu pegar na sala de cirurgia deixou cair de propósito, mas eu não percebi a intenção dele. Então, baixei para pegar. Aí, alguém me disse que já estava contaminado e não era para pegar. É que me colocaram como sendo a enfermeira da equipe da aula prática. Aí, depois que me disseram pude entender que ele estava me humilhando. Eu não lembro se teve mais alguma coisa. 

Só sei que o encanto e facilidade em entender essa matéria foi embora. Perdi a oportunidade de treinar mais por causa dele e de outros dois. No caso, teve o professor de cirurgia que colocou na prova só raio X e eu tirei 0,5. A única prova que tirei nota tão baixa porque ele se achou no direito de colocar assunto da matéria de Radiologia do período anterior. A professora dessa disciplina também não gostava de mim e não ensinava bem. O fato é que eu tirei em torno de 60, mas não foi tão baixa. Eu e a maioria da turma ficou com essa sensação de não ter aprendido, sei disso porque conversávamos sobre isso. Edvaldo havia me humilhado uma vez, não lembro como, mas repetiu a operação quando eu estava no último ano, no TCC. Quando ele me viu de longe, no corredor do hospital, eu já no nível do laboratório de análises clínicas e ele na entrada do setor de cirurgia, gritou me ordenando pegar algo para ele e eu disse: "eu não", mas quase que ia pegar no automático. Me senti tão bem em perceber e não cair no bulling.

Eu até falei para a minha ex-orientadora, que era da área de cirurgia, mas não fazia tantas assim para me treinar. Ela queria que Tudury fosse parte de uma das bancas, mas eu discordei na hora e expliquei o que tinha ocorrido. Ela me disse: "por que você não me falou antes?" e compreendeu. Então, me voltei para a clínica de pequenos animais. Alíás, apesar dela ter me dito que eu era estranha e saber do que ocorreu com esse abusador argentino, ela se colocou em uma postura de me humilhar também em algumas situações estressantes. Eu aguentei porque eu já estava cansada e querendo terminar o curso. 

O fato é que cirurgia dá mais dinheiro que a clínica e eu perdi a oportunidade de seguir no ramo da veterinária que eu gostava. Essa era a primeira opção. Depois perdi a oportunidade de ser monitora do laboratório de análises clínicas, pois eu deixei de estudar, embora tenha tentado e até me inscrevi. No entanto, minha primeira ex-namorada não havia entendido que eu não poderia estar com ela nesse período e eu acabei vindo ao interior dar atenção a ela, mas trouxe os livros para estudar. Não consegui nem estudar, nem me encontrar com ela. As aulas de laboratório também eram fáceis de entender eu gostava, sendo uma boa opção, pois faltava no mercado, nas clínicas. No entanto, nessa época, o namoro estava por um fim, e eu fiquei muito focada nessa perda. O que me prejudicou também. Além disso, eu precisava de atenção e orientação especial para focar na faculdade e no que viria depois, o emprego. O que entendi foi que as pessoas mais maduras e com bom manejo social foram as que mais se arranjaram e se adequaram como profissionais independentes. Havia uma competição de quem seria agraciado e eu não estava preparada. A ex-orientadora até me sugeriu continuar na faculdade fazendo mestrado, mas eu não aguentava mais ela. Enfim, perdi muitas oportunidades porque eu não tenho manejo social.

Já escutei muito alguns me dizerem para ter atitude de quem se respeita ou para "eu me amar mais" assim, as pessoas também vão me respeitar. O problema não é esse. Eu me amo e me respeito. Reconheço minhas qualidades e defeitos. Estou em contínuo auto-conhecimento, aliás. O problema é que eu não sei como demonstrar ou impor autoridade ou respeito. Eu nem sabia que as atitudes do outro comigo teria de depender da minha atitude primeiro porque eu sempre pensei e agi conforme a minha consciência e não conforme "a música". 

Também, igualmente com relação a ser gentil com todo mundo. Eu me sinto bem com a gentileza e trato as pessoas conforme eu gostaria que me tratassem, a não ser que eu tenha perdido a serenidade em meio a tantos estresse pós-traumático. Ninguém é tão sereno quanto Jesus foi, mas, sendo cristã, me imponho a ser o máximo que posso. E estou em constante vigilância, logo, em auto-observação. Hoje, eu entendo que funciona desse jeito porque já passei por isso, mas ainda discordo que eu tenha de ser rude com quem é rude comigo, por exemplo. Eu prefiro me afastar. Entende? 

É muito desvantajoso viver conforme um neurotípico, não sendo uma. O desgaste mental, emocional e energético é grande. Ah! Eu só me formei em 2007 porque uma colega da turma da tarde, Elizabeth, me deu apoio moral quando nos vimos na biblioteca. Estávamos pesquisando publicações e ela começou a conversar. Ela me perguntou como tava o TCC e cheguei a desabafar a minha tormenta em que a professora que me orientava queria que eu repetisse o último ano, logo, ela queria me convencer de que me reprovar era melhor. Ai, Beth me disse que ela tava era louca de me dizer isso e que eu não aceitasse. Não deixasse ela fazer isso comigo. Teve outros abusos e estresses também, mas esse post vai ficar muito grande. Deixa para lá, pois não fico bem relembrando.

Enfim, quem não entende (a maioria) me culpabiliza pelos abusos, como se eu tivesse "um manual de instruções sociais". E eu não entendo porque eu tenho que seguir essas regras que eu discordo. Acho injusto receber a penalidade social já que ninguém é igual a ninguém e somos livres, pelo menos teoricamente, para agirmos conforme nossa consciência. 

Eu sou uma boa pessoa

"Você é uma pessoa boa, Mari". Essa frase eu já escutei algumas vezes de amigas e amigos "irmãos". Eu comecei a entender...