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sábado, 25 de novembro de 2023

Lição em dinâmica de emprego no Senac

Bem, como todos devem ter deduzido, eu não consegui o emprego, mas aprendi, nesse dia, a nomear dois termos que sempre fizeram sentido para mim: ética e moral.  

Me deparei com estes conceitos quando eu fazia seleção para emprego de recepcionista em uma empresa de saúde no Senac de Recife. Eu não continuei na seleção porque desisti quando não fui compreendida em uma atitude que tive quando fui provocada por uma mulher do grupo. Ela provavelmente me viu como concorrente quando eu respondi que havia me formado em veterinária. Eu não programei dizer, mas eu tinha de me apresentar verdadeiramente e meu currículo afortunadamente era esse.

A provocadora tocou na minha ferida à época dizendo algo assim: "se está formada em veterinária, por que está aqui procurando emprego nessa seleção?" Eu me fechei e me isolei. Fui para longe e observei o horizonte pela janela. Eu estava claramente chateada e pensativa. 

Quando voltamos do intervalo, a psicóloga selecionadora disse que, para estar ali, era preciso saber ser resiliente e lidar em grupo. Eu achei que a mensagem era para mim, mas relembrando este fato, ela poderia estar falando da outra também que me pareceu ser um ataque. Pensei: é injusto ela dizer isso a mim que fui atacada por que eu sempre fui colaborativa. Então, eu não consegui me expressar e continuei calada. Na primeira oportunidade, eu fugi. Precisava sair daquela energia, ver de longe, mas fiz intuitivamente. Não deu tempo de ser resiliente. Eu precisava de mais tempo. 

Eu fico me perguntando, se eu soubesse que sou autista nesse tempo e tivesse falado à psicóloga, ao menos, dessa minha personalidade, ela teria sido menos julgadora e mais acolhedora. Talvez, ela tivesse se comportado diferente, em consequência, o pessoal do grupo também.

Eu achei “não vai dar certo desse jeito”. Não estou me sentindo acolhida. Então, não completei o teste de seleção e fui embora. Eu pensei, mesmo sem entender por completo, não posso ficar em um lugar que não me sinto bem.

Bem, fiquei com o aprendizado dos termos e depois li mais sobre isso. O que seria ética e moral? Essa era a pergunta para lermos e respondermos o texto da dinâmica. Que tal você fazer esse exercício em casa? Esse é um dos primeiros ensinamentos a quem estuda filosofia e direito, por exemplo. Será que nossas crianças estão sendo preparadas a investigar a ética e a moral sem preconceitos?

Compreendes o que foi dito, as duas palavras “nossas crianças”? Refiro-me não só ao educandário, mas também às crianças presas e feridas em pessoas de outras faixas etárias.

Lembro-me da resposta que as pessoas foram dando e do que lemos. Não sei se falei, mas eu acho que tive uma mínima, necessária e suficiente participação da elaboração da resposta do grupo, talvez escrevendo o texto que me ditavam. Não tenho certeza, mas eu já não estava tão travada como na época das escolas e até da faculdade. 

Também não lembro se essa parte foi antes ou depois da apresentação pessoal. Pela lógica, deveria ter sido antes, mas não lembro a ordem dos fatos. A única lembrança é de que ocorreram. 

Assim, eu fiquei com a mensagem, embora tenha sido confuso diferenciar ambas, na época. A mensagem foi que a ação de alguém, para ser ética, portanto, correta, ela precisa conhecer os próprios limites diante do direito do outro de ser e de estar no mundo. Não pode atravessar o limite do quadrado do outro.

Assim, o cuidado e o respeito que desejas ou que um dia a tua criança ferida precisou, bem como a segurança, a compreensão, o afeto, a ajuda, o amor, o carinho, a orientação, a harmonia, o estudo e até o dinheiro, a casa, o emprego, enfim, qualquer carência, abstrata ou palpável, que traumatizou a sua criança não deve ser um motivo para replicar isso nos outros entes queridos ou em desafetos pessoais.

Começar reconhecendo o que vês na lucidez e o que te mostram pessoas benignas quando estais com a visão turva: “eu vivo em um inferno interno”, “eu me alegro e prospero na maldade, infringindo o direito do outro de ser feliz e livre”, “eu não me sinto bem sabendo que alguém é feliz”, “eu sofri mais que fulano” “eu sou mais que fulano”. "eu mereço mais que fulano" ... Entendes? Buscai vós ajuda verdadeiramente para salvar a sua criança e não se compares a ninguém. Apenas sejas melhor que você mesmo ou mesma. 

Há especialistas! Libere e libere-se! Saia dessa prisão interna. Não é fácil para ninguém! Todos somos frágeis e reconhecer isso verdadeiramente, não só da boca para fora, como um discurso para convencer por convencer, para ludibriar, não é o Caminho. A não ser que queiras permanecer nessa vida amarga e fantasiosa para sempre. O primeiro passo é querer de verdade. Esse é o principal e mais importante de todos: desejar ser ajudado por um profissional e não por qualquer pessoal.

A Força amorosa e onipresente é o todo, já o ego é apenas uma parte da mente. A mente é apenas uma parte do todo. Como pode a parte ser maior que o todo? Como pode a mente ser mais forte que Deus? Quando a mente se separa de Deus, ela vive no “inferno”, em conflitos internos, portanto, a mente não vê com lucidez e sabedoria nessa situação ou vibração.

Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza. Ao contrário, quando você percebe que existem coisas que você aprendeu a lidar muito bem, mas têm outras que não. Ninguém é perfeito, mas busca ser melhor que a SI MESMO a cada dia. Isso só será possível quando aprenderes a aceitar suas imperfeições, assim como aceitas as suas qualidades. 

Lembra-te também que não há ninguém que saiba tanto que não possa aprender um pouco mais e não há ninguém que tenha tanto a aprender que não possa ensinar. Assim, o professor precisa ser humilde para aprender, vez ou outra, com seus alunos ou com seus pares que os ensinarão de algum modo alguma coisa construtiva. Assim, poderás evoluir sempre sem estagnar como pessoa.

A escolha é sua! A colheita também! Lembre-se: nenhum mal perdura. A força do bem é infinitamente maior. Renda-se! Deixe Deus agir. Deus é essa força infinitamente maior. É a energia suprema. É o todo. Qual força você vai deixar te dominar de agora em diante? Apenas renda-se na paz silenciosa Dele a qual permeia o universo.

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Oficialmente autista: meu diagnóstico saiu.

 
 






Quando me deparo com pessoas raras em minha vida, eu me encho de esperança na humanidade apesar de tudo. Em cada ciclo de minha vida, sempre há muitos que não me entendem, mas surge 1 pessoa e me defende porque conseguiu sair da ilusão do ego e pôde ver o meu íntimo. 

Eu compreendi que a luta entre o bem e mal existe desde sempre e que o mal sempre vai querer confundir ou camuflar o bem que há neste mundo. Assim, muitos se juntam ao mal, não por afinidade, mas por estarem sendo confundidos e enganados. Quando você descobre que você estava sendo enganado, ou você segue enganando ou você abanadona o barco errado e procura se re-erguer com aprendizado e tenta não errar novamente. Faz diferente até encontrar a verdade universal por si mesmo. O erro pode surgir novamente, mas não o mesmo de antes. Assim, vamos vivendo até sairmos totalmente da ilusão do "eu" e do "tu". Essa separação já não existirá mais. Parece-me que alguns já conseguiram ou estão bem perto disso. Eu sinto, mas aprendi, no Vale, que tem gente que houve as vozes também porque elas falaram pela boca isso com todas as letras. 

A tristeza que a minha alma sentia por tantas coisas que aconteceram e por eu estar sozinha, sem apoio moral e com tanta maldade nos olhos das pessoas, quase me levou ao suicídio. No entanto, o amor foi mais forte. O amor de meus peludos, a corrente do bem tentando derrubar o mal, as pessoas boas que eu atraí, inclusive uma que me levou a entender que tudo que eu acreditava não tinha morrido e que é tudo verdade. Assim, eu voltei a acreditar que há pessoas boas, na transição planetária, na virtude, e ela me mostrou que não se engana facilmente em suas conclusões e esteve ao meu lado mesmo distante.

Como um anjo, aguentou as feridas que eu poderia ter causado sem querer ser mal. Eu só estava dilacerada e com a auto-estima lá em baixo, apesar de saber de meu potencial, caso tivesse sido bem orientada. Aliás, o ser humano e os outros animais possuem um cérebro plástico capaz de muitas realizações, mas não sozinhos. Eu recebi o perdão e a compreensão dessas pessoas raras que me acolheram e transformaram toda a sujeirada em um ato político. Já que aconteceu, viram a oportunidade de abrir os olhos das pessoas, pouco a pouco, e confiantes de que a verdade prevaleceria. É aquele velho e sábio ditado popular: "mentira tem perna curta". Não se sustenta. 

No entanto, isso é só o começo para o mundo novo se fazer presente porque o mal nunca desistirá enquanto houver terra fértil para plantar a semente do ódio e da desinformação. O mundo novo virá, mas devemos permanecer atentos e espalhando amor sem cochilar. Se não, vem o inimigo do bem, disfarçado de amigo, e coloca joga sementes de joio junto com as de trigo sem ninguém ver. Por isso, vigiai e orai, porque o ego é iludido facilmente. 

Eu não conseguiria o laudo sozinha, mas não porque sou menos. Os motivos são dois: porque eu não me conheço totalmente ainda e porque estavam tentando impedir que "eu entrasse no céu". Isso é muito grave na humanidade. Até quando existirão pessoas assim, replicando o mal? Pior, isso é aceito e engraçado para muitos. Enganar e ver alguém cair se tornou algo corriqueiro e motivo de risos. Ninguém mais acredita na bondade e se desvirtua ao longo de sua vida, caso não seja um desvirtuado de origem. Que sociedade é essa de psicopatas está se formando e você fazendo parte dela, para sobreviver? Achando que deve aderir à maioria a sua volta? Porque tem lugar que a maioria é ao contrário do que você aprendeu. 

Eu precisava dizer isso antes de re-dizer que estou muito feliz e me reencontrando comigo mesma cada vez mais. Estou naquela sensação de "volta para a casa". Falando para mim mesma: nada de máscaras, mas não é fácil. Na auto-observação, ainda observo resquícios frequenciais dos que convivi. A frequência dessas pessoas me surgem quando lembro de seus ensinamentos sociais. Então, a entonação fica parecida e eu já sei qual é a máscara social que está querendo se impor automaticamente. Então, quando a pego antes de "colar no meu rosto", digo para ir embora. 

Assim, vou tentando falar em tom baixo e equilibrado com uma voz agradável. No entanto, é tão difícil quanto afastar as atitudes copiadas e impostoras que adquiri tentando sobreviver no mundo neurotípico e cruel. 

O laudo não é só mais um papel. É uma conquista religiosa para a minha alma. É um ato político e ensina que o bem venceu o mal nessa batalha. Infelizmente a guerra espiritual e moral ainda continua. Ainda há desavisados, mas estamos em um platô onde a maioria desvendou a venda de seus olhos. Avancemos unidas e unidos para isso não se reverta. Para que a história possa dizer às próximas gerações e isso ficar em nossas memórias para sempre. 

Afinal, uma vida importa, uma vida autista igualmente. Além disso, têm mais ensinamento intrincado, já mencionamos várias vezes em várias ocasiões de diversas formas. Não cansaremos de replicar e mostrar: vejamos que da vida diária se faz a política. Se há maus cidadãos, há maus políticos. Se há bons cidadãos, há bons políticos. Agora, você saberia mesmo dizer se você é uma boa pessoa e faz bons políticos? Uma coisa não está separada da outra. Será que você não está reforçando na criação daquilo que você repudia ou diz repudiar? Você odeia a corrupção, a violência, etc, mas porque você não se interessa em eliminar dos seus atos as pequenas corrupções, de ser corruptível, de ser ganancioso, de ser ignorante e preconceituoso com quem é diferente de você, de se achar no direito de apontar o dedo, etc. Esses atos da vida cotidiana nos levam a criar instituições comandadas por indivíduos, no mínimo, iguais, e perpetuação do que queremos abolir ou mudar. Nunca vamos mudar para melhor desse jeito. A revolução deve ser pacífica, tendo a compreensão amorosa como base e pilar. Sem ela, só há conflito, separação, confusão, enganação, utopia, incompreensão, guerra, egoísmo disfarçado de altruísmo. Enquanto o ego for maior, não se poderá encontrar a virtude.

Enfim, sigamos aprendendo e unidos para fazer o bem, não o mal. E que saibamos discernir o que é o bem e o que é o mal porque o "diabo" se disfarça muito bem de "bom moço".

Muito grata, meu Deus. 


sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Autistas de grau 2 e 3 são transtornados ou deficientes?




Quando eu expus a minha linha de raciocínio quanto à denominação que nos dão, "transtornados", eu falei do autismo e não de graus. Portanto, ninguém está sendo excluído. Isso se aplica a todos do espectro e quem sabe a todos os neurodivergentes. Por que?

Veja, eu não estou apenas trazendo uma questão pessoal, apesar da experiência ajudar muito na "visão". Eu também quero dizer que eu sei que eu não tenho vivência com autistas de outro grau, principalmente crianças. No entanto, quando eu buscava incessantemente informações logo no começo da minha descoberta, eu ficava observando, lendo e ouvindo autistas, mães e pais de autistas de todos os graus. 

Eu concluí recentemente que não se trata de um transtorno, mas de uma deficiência. Quem está no grau moderado e severo, geralmente são não-verbais, mas se eles não tem déficit de inteligência, eles vão descobrir uma forma de se comunicar quando eles têm o apoio devido. Eu lembro que vi um relato de uma mãe mostrando como seu filho autista não verbal se comunicava. Ele mostrava trechos de vídeos, como novelas, e se expressava dessa forma atípica. 

Eu não estou tirando a dificuldade m maior que eles apresentam, portanto necessitam de maior grau de suporte. Se antes os autistas de grau 1 de dificuldade eram invisibilizados, hoje, uma parte da comunidade teme a invisibilização dos outros 2 graus caso a alta cúpula dos profissionais que atualizam os manuais de diagnóstico, por exemplo, resolvam entender que o autismo não é um transtorno. Assim como eles mudaram de doença infantil para transtorno do desenvolvimento. 

De fato, não cai bem essa denominação e os pais deveriam ficar felizes porque crescer se achando transtornado e sendo visto dessa maneira, faz com que nos limitemos. Isso tem grande força no desenvolvimento de um cérebro. Vocês sabem disso. Se houvesse real possibilidade disso acontecer, o que seria maravilhoso ao meu ver, de forma alguma, anularia a necessidade de apoio que todos nós precisamos. Porque as comorbidades que nos surgem e acompanham por sermos diferentes, nos torna DEFICIENTES. Por isso, e não por ser um transtorno, os autistas devem continuar a receber maior atenção, inclusive os mais pobres. O cuidado não é individualizado de acordo com o que mais precisa ser trabalhado? 

Vamos partir para a definição de transtorno?



Os neurodivergentes não causam nenhum transtorno, mas a mente e o organismos deles reagem ao desarranjo social. Os genes só se manifestam se houver uma interação ambiental favorável e/ou eles se manifestam de acordo com o tipo de interação ambiental (lembram do FENÓTIPO = GENÓTIPO + AMBIENTE?). 

A sociedade é o ambiente que estimula que tipo de manifestação neurodivergente vai apresentar. Se Maria tem 3 anos, é autista severa, muito dependente e não tem o apoio necessário, ela não se desenvolverá plenamente sozinha. Se ela tem o apoio necessário por toda a vida, ela vai se desenvolver no tempo dela, mas não é transtornada, é deficiente. Porque o potencial dela exste, só precisa de ser trabalhado. Agora, se Maria não tem apoio desde cedo, ela vai desenvolver comorbidades, o que não é inerente ao autismo, mas surge devido a uma sociedade (ambiente) que não a favoreceu, ao contrário, muitas vezes a impediu de progredir. 

Veja abaixo o significado de deficiência:



Entende porque é PEA e não TEA o termo mais adequado? o transtorno que nos causam só é insistente porque o ambiente permite isso. Abraço fraterno. 







quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Repito: autismo não tem cara




Eu estou tão feliz curtindo meu diagnóstico de autismo (finalmente) e com meu recomeço à beira dos 40 anos_ que eu não queria pensar nisso agora, mas um post  no instagram me chamou a atenção. A publicação fala justamente sobre a tristeza que é ouvir um grupo de pessoas dizerem que o profissional errou, especialmente quando se fala de autismo feminino já na idade adulta. 

Dizem: "Ela não é autista, mesmo com o diagnóstico de especialista".  Ora, se Jesus, fazendo milagres, não era reconhecido como o messias por grupos por ele chamado de hipócritas e , a princípio, mesmo por seus discípulos e pelo próprio João Batista. Como posso eu querer que me reconheçam autista, todas as pessoas. Isso me deixou com um pouco de dor de cabeça, não precisei tomar ainda a dipirona, mas já comprei a cartela que tinha acabado. 

Estou hiperfocando no meu projeto de juntar meus hiperfocos de base inicial da minha vida. Isso tem me deixado menos ansiosa, além disso as duas novas boas notícias me têm "diluído" a sensação de ansiedade, apesar de já ter passado na minha mente essa possibilidade da contínua rejeição ao meu diagnóstico por parte de alguns.

Essas pessoas estão ainda acreditam nas mentiras que disseram sobre mim ou estão sendo maldosas. Quero focar nas pessoas que conviveram comigo desde a minha infância e souberam associar aos sinais do autismo. Além da convivência recente e dos que acreditam no que eu escrevi e da capacidade de diagnosticar da profissional experiente que me atendeu. Tudo isso estão claramente querendo invalidar por motivos pessoais daqueles que divulgam criminosamente ainda as fake news na dark web

São indivíduos que têm aversão a minha trajetória. Por exemplo, se são pais de autistas, não querem admitir que os seus não são anjos de verdade, mas propensos a passar por tudo o que passei se eles não tivessem um diagnóstico, fossem abandonados à própria sorte e não tivessem uma família que o apoiasse, inclusive na fase de orientação afetivo-sexual. Essa é a realidade de muita gente: simplesmente preconceito. É uma questão de se acharem melhores, de acharem que podem me julgar que estão certos.

Primeiro, o que eu relatei no meu e-book é verdade, aqui no blog é verdade, na sessão com os profissionais e com a especialista é verdade. Os profissionais não especializados não me compreenderam totalmente, por falha de comunicação e falta de experiência. Com a ajuda e nomeação para meu auto-conhecimento continuado, após 4 anos de investigação oficial (2019 a 2023), e após 8 anos de auto-diagnóstico (2016 a 2023), eu conseguir falar e ficar à vontade com a especialista, porque ela teve empatia também. 

Eu acho que o maior desrespeito, vem da comunidade autista. É um duplo desrespeito: a mim (e a qualquer autista, principalmente se for mulher). e à profissional. Sabe aquelas crenças equivocadas enraizadas...isso me fez lembrar agora o preconceito, que talvez ainda exista, entre:

  • Evangélicos e católicos, onde estes diziam que aqueles não eram cristãos de verdade alegando que a igreja católica era a oficial criada por Jesus. 
  • Dentro da própria igreja evangélica, onde diziam que os crentes de berço eram crentes de verdade, enquanto os que entraram já adultos não.
  • Entre religiões, especificamente a candomblé e os espiritistas, onde esses não seriam boas pessoas e que faziam pacto com o diabo. 
  • Budistas e ateus também não herdariam o reino de Deus. 
Sem falar nas questões sobre sexualidade. Aí, também tem muita polêmica. Primeiro, devemos respeitar todos, menos tolerar violência e difamação. Jesus acolheu a todos, mas era intolerante com os hipócritas e fariseus. Logo, se fosse verdade as coisas horríveis que dizem sobre mim ainda, ninguém tem o direito de me tratar mal. No entanto, a situação é pior: é tudo especulação e manipulação para me prejudicar. Eu não sei mentir, quanto mais passar 8 anos fingindo. Ao contrário, quem mente são eles e mentem tão bem, que vos enganaram direitinho.,

A não ser que você também faça parte desse submundo, veladamente ou abertamente. Para que? para manter-se na mentira, para se satisfazer, para não admitir o erro, sei lá... cada um tem seu motivo. No entanto, calar para prejudicar ou falar para enganar é o mesmo que o falso testemunho condenado por Deus nos 10 mandamentos ditados a Moisés.

É demais esperar reconhecimento, mas espero mesmo é RESPEITO onde eu estiver. Porque, se eram incapazes de fazer isso antes do laudo, que respeitem a lei. Agora, eu sou autista legalmente. E mesmo que você não reconheçam ou não queiram reconhecer, EU SOU AUTISTA. Sendo autista, sou deficiente e tenho os mesmos direitos que qualquer pessoa com deficiência.

Eu me assustei com a maldade das pessoas e falei, há alguns anos atrás (2017, eu acho) que não queria mais saber de apoio financeiro do Estado, por estar cursando medicina com o dinheiro que minha mãe recebia da minha irmã. No entanto, eu repreendia minha mãe por não usar o direito dela de ser idosa na filas. Eu, então, me dei conta que estava propensa a agir feito ela quando falei aquilo em 2017, achando que conseguiria meu diagnóstico mais rápido. Eu achava que, pelo menos a minha mãe, Márcia e Tonha conseguiriam lembrar de sinais mais detalhados na minha infância, mas eu me enganei.

Eu sempre me enganei na maioria das vezes quanto ao meu discernimento das pessoas, mas quanto a mim, eu posso afirmar e reafirmar que eu me reconheci autista não foi por ilusão, mas porque passou um filme na minha cabeça e tudo foi se encaixando. Os meus motivos importam e devem ser considerados, já as suas convicções pode ficar com elas. Elas não me servem. Só mostram quem são vocês resistentes das trevas. É assim que vocês estão se revelando. 

Enfim, eu nem queria, mas senti que deveria falar sobre isso. Afinal, eu ainda tenho minhas dúvidas de como me comportar socialmente. Se eu me calo, vão inventar mentiras sobre minhas motivações. Se eu falo, vão descontextualizar... então segui meu coração e falei. Me sinto melhor agora, porque suspirei. Mas, fiquei com o pescoço tenso. Acho que já tá bem grande o texto, vou me despedindo. Tchau. 


sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Profissão, mudar de area?




Eu não falei para ninguém, mas estive pensativa há alguns meses se eu deveria mudar a área de profissão novamente. Eu estive pensando e ainda estou reflexiva sobre isso, mas a diferença de algum tempo atrás para hoje é a de que amanheci leve. Estou com o coração vibrando novamente e a mente tranquila, pois eu nunca mais havia estado assim desde o tempo do Reiki e do Vale de Recife, Timbaúba e da Bolívia (o Vale de Santa Cruz de la Sierra, em especial, pois lá eu não tive muito convívio social. Já o de Cochabamba foi um pouco conturbado após alguns meses de convivência). 

Essa leveza que sinto junto com a sensação vinda literalmente do coração de que estou no caminho certo em mudar de carreira. Isso associado ao fato das minhas racionalizações acerca das dicas que venho recebendo de pessoas que são de boa índole me fez vir escrever aqui no blog sobre esse fato. 

Eu sempre disse que não sabia qual rumo dar à minha carreira, embora tenha feito testes vocacionais desde adolescente. Não funcionava para o "software da minha cabeça" da época com 15 a 17 anos, inicialmente, porque faltava auto-conhecimento. Lembrei eu que eu escrevi em uma avaliação de rastreio da escola que a professora de português (creio) fez com a turma. Ela perguntou qual profissão nós não faríamos de jeito nenhum e o motivo. Eu escrevi: PROFESSORA, PORQUE NÃO TENHO PACIÊNCIA. Bem, anos após eu descobri que questão da comunicação seria um problema a ser trabalhado, mas eu gostaria sim de ser professora e eu tenho muita paciência. Sendo que quando esta atinge o meu limite individual ampliado, eu a perco de vez e fica difícil retornar com determinadas pessoas exclusivamente. Não é no geral, certo? 

O fato é que eu não lembro ter respondido médica veterinária, nem médica. Eu nem sei o que eu respondi, na verdade, pois eu só respondi porque achava que tinha de responder de qualquer forma. Portanto, eu senti muita dificuldade porque não me conhecia como me conheço hoje. Veja, eu não me conheço 100% nem 80%, mas está em uma porcentagem bem maior de quando era da quinta série em meados dos anos 90 e depois no ensino médio no final dessa década.

Enfim, eu insisti na medicina mesmo depois do que aconteceu na Bolívia e depois no Paraguai, porque eu tinha dito a mim mesma, depois à minha irmã loira no carro enquanto ela me dava carona e depois para uma protetora de animais em Foz também enquanto ela me dava carona em 2018 que estava fazendo medicina para ter dinheiro e poder ajudar os animais carentes, pois eu ajudava sem ao menos ter um tostão conquistado com meu trabalho. Assim, eu precisaria me ajudar primeiro, estar bem comigo mesma, para depois ajudar os outros. Logo, eu deveria conseguir o meu sustento para poder fazer caridades que exigiam dinheiro, pois nem sempre conseguia ajuda de fora. Era eu que usava da minha pouca, mas abençoada mesada. 

Hoje, é um dia de eureca. Finalmente, eu pude entender a frase que eu me disse há alguns anos atrás: "se não tá fluindo, pode ser que precisa mudar". Realmente, eu não tava conseguindo estudar para fazer o Enem". Ainda estou processando o que devo fazer e quando devo tomar uma decisão definitiva. Antigamente, eu tomaria uma decisão rápida, pois eu demoro a decidir, mas quando decido, é porque eu tenho total certeza. Essa clareza de mudar de rumo, me veio hoje. Eu realmente ainda estava querendo fazer medicina pelo primeiro motivo já citado e também para honrar minha dedicação aos 2 cursos de medicina. Logo, eu estava disposta a enfrentar o vestibular novamente para fazer medicina, apesar do cansaço mental que estou se seguisse a estudar novamente matérias que eu não tenho gosto de ler, mas apenas era forçada a estudar. Digo de matérias mais profissionais, porque tinha matéria do básico que eu gostava, como as que envolviam as células e o sistema nervoso.

Hoje, eu penso assim e faz todo sentido: eu tive a oportunidade de ajudar os animais, o fiz com ajuda e as ONGS agora que cumpram sua parte. Eu posso continuar nesse nível ajudando, mas não precisa me sacrificar para fazer medicina só por isso. Realmente, não vibra meu coração estudando vestibular e fazer Enem por amor. Eu estava infeliz e não me dava conta de como sair disso. O apoio, mais uma vez é fundamental. Estou muito gata, mesmo. Porque eu me livrei do peso de ter de me mudar pela enésima vez, de ter que me separar de uma de minhas cadelas, pois eu planejava levar 2 e meu gato. Também me pesava não ter um lar, me sentir sem rumo, não ter tempo para o que gosto e para meus animais. 

Essa situação de estar me obrigando a estar sempre ocupada estudando, o tempo todo é bem parecida com a da minha irmã mais velha que só tinha tempo para trabalhar. Quando nos falávamos, ela me disse que já estava aprendendo a tirar uns dias de férias. Tomara que tenha conseguido aderir a esse hábito. Enfim, eu respiro fundo só de pensar que não vou precisar mais sair daqui, porque eu estou me firmando nesses 4 anos desde que voltei em 2019 sob o risco de atentarem contra a minha vida por várias fake news. Ao mesmo que eu me sinto aliviada, eu choro. No entanto, é um choro de felicidade. Finalmente, me sinto no "caminho de volta ao Pai". Hoje, eu entendo que essa frase tem duplo sentido. 

O primeiro é o literal, espiritual. O segundo, de que finalmente, estou me propondo a fazer o que eu sei e gosto. Algo que me dá prazer e posso ganhar confiança ao ser treinada para o trabalho que é seguir e avançar na área da computação. Me emociono, neste exato momento enquanto escrevo isso, e agradeço mais uma vez por me fazerem enxergar o meu presente e futuro. Não posso revelar mais do que me é permitido do Alto, mas posso afirmar que estou fluindo. 

Por exemplo, eu não sabia o que fazer com toda essa eureca. Então, comecei a enumerar e a escrever tópicos para lembrar depois. "O que devo fazer nos próximos dias e hoje, agora?" Eu não saberia nem buscar informação no passado, nem esperar mais um pouco para ir firmando na mente esse processo e me planejar financeiramente. Eu entendo que ainda tenho dificuldade de por em prática, mas hoje eu tenho a maturidade dos erros inciais. Então, mesmo tendo a mesma demorada total certeza _ demorada para os outros, porque para mim é NO TEMPO CERTO. Então, mesmo tendo completa clareza de que devo mudar porque já não há mais motivos para continuar nesse ciclo obscurecido, eu não vou agir de imediato. 

Eu até falei para a minha mãe hoje: não diga a ninguém, pois ainda estou avaliando quando vou começar a estudar e onde. Eu sinceramente, achei um polo de uma faculdade aqui na minha cidade natal, mas vai depender se o preço caberá no orçamento e se a empresa vai me oferecer os descontos prometidos. Aqui é mais prático, pois as aulas são on line, só precisa de uma redação (embora eu precise de mais tempo, já não tem a mesma cobrança desnecessária do Enem e de outros vestibulares).  Além deles encaminharem para estágios os quais podem ser aqui ou em cidades vizinhas.

Outro ponto, poucos minutos antes de começar a escrever esse texto, me veio o entendimento para esperar mais e, enquanto isso, fazer cursos livre e técnicos na área. Pronto, já tenho alguns gratuitos no site do Portal de cursos rápidos, falta só revisar e fazer a prova ou redação para obter os certificados. Estou inscrita desde 2016 nessa plataforma. Assim, as informações vão se organizando e eu aos poucos vou sabendo o que fazer, como e quando. Ah! eu cancelei o Descomplica, a empresa é muito organizada e eu aprendi bastante, embora não tenha me dedicado o suficiente para passar em medicina. Mas, tudo bem! Estou satisfeita com a Boa Nova, de acordo com minhas qualidades e aptidões. 

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

O meu hiperfoco é um só "tema com vários títulos interligados"




Reinicio este texto, após finalizá-lo à alguns segundos atrás tendo um insight: meu hiperfoco eu posso caracterizá-lo como um "tema com vários títulos interligados". Dessarte, a evolução humana é o tópico específico ao qual meu cérebro rumina, mas que é amplo no aspecto da pluralidade de sub-tópicos relacionados. 

No começo, era muito difícil para mim descobrir qual é meu hiperfoco. No entanto, tenho lido e ouvido autistas, principalmente mulheres, que tiveram vários hiperfocos durante a vida. Esses hiperfocos mudavam de acordo com a fase que estavam e que hiperfoco é justamente "respirar", "dormir e acordar" pensando nele. 

A partir disso, ficou mais fácil para mim. Hoje, eu tenho 39 anos e já vivi muito. Já tive muitas fases. Por exemplo, até hoje, eu sigo firme nos ensinamentos de Jesus desde o catecismo na minha infância. Quando eu conheci Jiddu Krishnsmurti, em uma busca na internet, em torno do 17 anos, eu continuei na mesma linha de raciocínio, embora JK seja indu. No entanto, ele falava sobre vigilância, sobre meditação do momento presente, auto-conhecimento, educação e amor sem posses, além da violência e separação que o cérebro humano tem sido educado. Ademais, fala também do conflito que isso gera no mundo e na perda de energia cerebral por conta desse condicionamento errado. Então, passei a comparar os ensinamentos de JK com os de Jesus. Assim, vou conhecendo outras filosofias e comparando com as de Jesus.

Assim, em todos os lugares que eu estava, eu introduzia uma pergunta se alguém conhecia Jiddu Krishnamurti. Como era raro alguém conhecê-lo, a conversa não durava muito por falta de interesse do outro. As poucas vezes que encontrei alguém que já havia o lido, foi com Lucy, Paty (uma ex-vizinha do Santa Mônica que é professora de educação física) e um amigo de um amigo americano (Gian Cavoto) de Viviane e "irmão" meu. Mesmo assim, essas pessoas não quiseram permanecer no diálogo por muito tempo. 

Outro dia, já morando em Recife, minha irmã mais velha fez uma tentativa rara de nos reunirmos com a loira para conversarmos sobre nossa convivência e eu era o foco negativo na cabeça autoritária e incompreensiva dela. Não lembro exatamente o que ela disse sobre mim, mas a mensagem do que ela disse que ficou foi que eu não sabia o que era "amar" e que eu só conseguia enxergar "meu próprio umbigo". Então, eu comecei a racionalizar o que era o amor segundo Jiddu Krishnamurti. Ela nem deu importância e minimizou minha tentativa de conversar ao dizer "ainda não sinto emoção, é só da boca pra fora". Algo assim, não exatamente com essas palavras. Isso foi o suficiente para eu ficar mais ansiosa do que já estava e entrei em crise. Tive um "piti" e não deu em nada a reunião familiar. 

Eu tenho aqui guardado os livretos que ganhei da Instituição Cultural Krishnamurti (ICK), representada por Onofre, na ápoca. Quando eu voltei para Recife, eu continuei falando com ele algumas vezes para dizer como estava o andamento do grupo de estudos que ele havia me indicado formar com um senhor em Boa Viagem. No entanto, não deu certo. O velho teve atitudes esquisitas comigo e eu não voltei mais lá. Então, desfoquei de JK, mas ainda tenho carinho pelos ensinamentos dele. Mostrei um DVD de JK a meu irmão mais novo em 2014 e falei bastante de coisas relacionadas à espiritualidade e ao Vale também quando eu tinha interrompido os estudo de medicina na Bolívia e voltei para o interior. Entretanto, eu me arrependi de confidencializar minha vida privada e o que eu achava que sobre meu pai e minha mãe juntos (eu dizia que ele sugava a energia dela). Enfim, esse irmão de sangue "diabolizou tudo o que expliquei a ele", principalmente o Vale. 

Pensando bem, muito do que era hiperfoco, deixou de ser quando algo desagradável acontecia. Eu digo isso, ao lembrar desse fato que "cortou o fio" que me fazia pensar e falar sempre nas mesmas coisas, ou melhor pessoas. 

O meu primeiro namorado foi um hiperfoco. Eureca! Quando eu ainda o romantizava na minha mente, eu só queria estar com ele, enquanto minha amiga, a decifradora de metáforas, ficava com um diferente em cada encontro que eu e ele tínhamos (vale frisar, só nos beijávamos). Mesmo estudando em Recife, eu pensava nele o tempo todo. Estando no quarto trancada, ouvindo música romântica ou na rua indo para a escola (vendo o rosto dele nos rapazes que passavam e depois percebendo que foi só ilusão da mente). Até quando eu já havia me distanciado, passei um bom tempo para parar de pensar nele. Eu também só queria saber das novidades sobre ele, inclusive, eu confesso que frequentava a casa dele como amiga da mãe dele, na esperança que ela falasse dele ou que ele estivesse em casa. Depois, passei a gostar dela como uma mãe.

Então, eu fui me dando conta que eu precisava me desvincular de vez, porque voltar a namorar eu não poderia por um ato de respeito a mim mesma, já que ele nunca me pediu desculpas. Não foi fácil, mas eu consegui depois de uns 4 anos. Recentemente, ele me buscou virtualmente e estávamos amigos on line, mas eu não quis me reaproximar. A minha mente relembrou de tudo de bom e de ruim e eu não queria que houvesse alguma confusão da parte das pessoas de fora, pois da minha parte eu tenho bem claro que meu hiperfoco é outro agora.

Eu desejo mesmo é seguir sozinha, mas com uma rede de apoio que Deus vai me guiando em cada caminho. Porque Ele é o meu único verdadeiro amigo. Nem a minha mãe me faz me sentir segura ao lado dela, ela continua me confundindo. Isso está dilacerando meu coração porque é uma ação continuada. Ela não está preparada para ser mãe, nunca esteve. É provável que eu precise de terapia para conversar sobre isso com algum profissional, mas em quem posso confiar? Quem não foi corrompido por aqueles que me perseguem?

A propósito, depois tive outros hiperfocos como o sistema nervoso, a célula, o reiki e os peludos que criei e crio e sobre o tema LGBT+. Assim, o que observo, nesse momento, é que não é apenas um mero apego à determinadas pessoas e "personagens" históricos, mas tem um link, uma ligação com a transpessoalidade, logo, com o que é virtuoso, espiritual, energético, evolutivo e as minhas interpretações têm sido consideradas até míticas por algumas pessoas porque eu sempre trago o viés para esse lado. 

Para ficar mais nítido, estou falando de hiperfoco em temas específicos e não em assuntos. Vale ressaltar que a definição de "tema" é algo mais amplo e "assunto" é algo definido e orientado. Portanto, o tema do meu hiperfoco é espiritualidade e crescimento pessoal, assim tudo que está relacionado, me chama a atenção desde criança.  Inclusive, meus estudos continuados me ajudaram a evoluir, pois é um dos caminhos para o conhecimento e crescimento. É bem marcante, frequente e ruminante essas questões em volta dessa temática. Por exemplo:

1- Eu me via repreendendo a minha mãe desde os 4 ou 5 anos (+-) por condutas que eu julgava ser errada, e o meu pai também, porém no início da adolescência; 

2- Desde quando tive uma "saída do corpo" e me indaguei "quem somos nós e para que viemos"? em torno dos 10 anos;

3- Quando eu me perguntei o que vim fazer aqui? (nesse caso, não mais em nível de humanidade, como no exemplo anterior, mas em nível individual) na vida adulta inicial.

4- O tema LGBT+ pode parecer que não tenha conexão, mas tem. Afinal, qual é a passagem bíblica que condena a prática homo-afetiva? O que tem é a condenação de práticas promíscuas e violentas. Não é a toa que, atualmente, as igrejas cristãs renovadas têm grupos de pessoas LGBT+ que são acolhidas e respeitadas, as quais podem praticar sua fé e sua sexualidade.

 

Eureca! É isso mesmo. Muito grata à espiritualidade e aos anjos por me fazerem enxergar mais amplo.


A metáfora do milho

 


Quando eu era adolescente (cerca dos 14 anos), eu tive um romance escondido com um vizinho porque meu pai proibia as filhas de namorarem em casa. Aliás, ele nos proibia de ter amigos, inclusive de conversar com qualquer menino. Só poderíamos ter amigas. Eu passei 4 anos gostando dele, mesmo eu morando em outra cidade. No entanto, eu afastei dele quando descobri que ele me traía. Eu deduzi que ele procurava nas outras meninas o que não queria dar a ele: o meu corpo. Pois, eu não sentia vontade nem de preliminares. 

Eu decidi nem ser amiga. Sofri muito durante esses 4 anos, mas me desvinculei dele. Demorou, mas eu me desapeguei, graças a Deus. O dia que contribuiu para "a minha ficha começar a cair" foi em uma festa de rua no interior. Eu o vi indo ao bar de Mazé "gaga" com um outro amigo que o havia chamado. Antes disso, eu o vi pegando na mão de uma garota meio que escondido. Neste caso, eu fiquei em dúvida, mas em alerta e isso me deu um choque de realidade entre o que eu havia idealizado dele e o que ele era de fato. O estopim foi tê-lo visto abraçado como se fossem namorados com a outra pessoa.

Uma irmã de consideração, Neide, me viu olhando para eles na esquina, me perguntou o que eu estava fazendo ali. Era uma noite fria. Eu disse a ela o que aconteceu...que eu tinha acabado de ver meu namorado me traindo. Eu estava desapontada. Então, nos despedimos e fui para casa decidida a me afastar.

Não lembro da sequência... se foi no outro dia ou depois que eu me embebedei. Era dia de festa na rua ainda e um moço mais novo que eu se chegou para dançar (o apelido dele era Miquinha) e nos beijamos. Eu fiz de propósito para o meu namorado oculto (que já era "ex" pra mim) saber por outras pessoas. Dessa forma, nós terminamos nosso relacionamento atípico.

Então, eu e minha amiga e ex-vizinha de adolescência estávamos passando pela rua principal, perto antigo club, quando o vimos do outro lado da rua. Ela me mostrou o que ele estava fazendo: jogando milho na rua. Aí, eu fiquei sem entender. Ela deve ter visto minha cara de interrogação e me falou: "Tu não entendeu não foi? Quem come milho, Marília?" e eu continuei sem entender. Então, ela explicou: Né a galinha. Ele te chamou de galinha. A essa altura, eu já sabia do sentido figurado de galinha. Alíás, é uma figura das linguagem que reflete o teor diminutivo e desrespeitoso com os animais não humanos de nossa sociedade. Então, a imagem da galinha aparece na mente, mas eu já entendia que ele me chamava de "puta". Enfim, se eu já tinha me desiludido, fiquei com uma imagem dele pior ainda.

Além disso, quando ele estava namorando Morgana, a irmã de uma colega querida de ônibus, Ana Cecília, ele falou para aquela amiga de infância que me ajudou com a metáfora do milho, que ele nunca deixaria essa namorada por ninguém. Entretanto, ela não pensava o mesmo. Ela o deixou. Quando minha amiga me contou, eu achei foi bom. 

Depois de anos, a minha amiga, que me decifrou a metáfora do milho, me disse que encontrou ele na cidade e ele havia dito que queria "relembrar o passado ficando comigo novamente" e eu disse bem objetivamente "NÃO". Eu havia lembrado de tudo que ocorrera. Não posso, embora tenha sentido vontade, pois já estávamos adultos. Contudo, eu racionalizei: "não vou dar minha cara a tapa novamente. Estou tão bem assim. Avante". 



Eu sou uma boa pessoa

"Você é uma pessoa boa, Mari". Essa frase eu já escutei algumas vezes de amigas e amigos "irmãos". Eu comecei a entender...