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"Bem vindo e bem vinda ao blog. Espero que goste do conteúdo. Muito obrigada pela visita. Deus te abençoe! e Volte sempre que quiser!" (Marília)

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Autistas de grau 2 e 3 são transtornados ou deficientes?




Quando eu expus a minha linha de raciocínio quanto à denominação que nos dão, "transtornados", eu falei do autismo e não de graus. Portanto, ninguém está sendo excluído. Isso se aplica a todos do espectro e quem sabe a todos os neurodivergentes. Por que?

Veja, eu não estou apenas trazendo uma questão pessoal, apesar da experiência ajudar muito na "visão". Eu também quero dizer que eu sei que eu não tenho vivência com autistas de outro grau, principalmente crianças. No entanto, quando eu buscava incessantemente informações logo no começo da minha descoberta, eu ficava observando, lendo e ouvindo autistas, mães e pais de autistas de todos os graus. 

Eu concluí recentemente que não se trata de um transtorno, mas de uma deficiência. Quem está no grau moderado e severo, geralmente são não-verbais, mas se eles não tem déficit de inteligência, eles vão descobrir uma forma de se comunicar quando eles têm o apoio devido. Eu lembro que vi um relato de uma mãe mostrando como seu filho autista não verbal se comunicava. Ele mostrava trechos de vídeos, como novelas, e se expressava dessa forma atípica. 

Eu não estou tirando a dificuldade m maior que eles apresentam, portanto necessitam de maior grau de suporte. Se antes os autistas de grau 1 de dificuldade eram invisibilizados, hoje, uma parte da comunidade teme a invisibilização dos outros 2 graus caso a alta cúpula dos profissionais que atualizam os manuais de diagnóstico, por exemplo, resolvam entender que o autismo não é um transtorno. Assim como eles mudaram de doença infantil para transtorno do desenvolvimento. 

De fato, não cai bem essa denominação e os pais deveriam ficar felizes porque crescer se achando transtornado e sendo visto dessa maneira, faz com que nos limitemos. Isso tem grande força no desenvolvimento de um cérebro. Vocês sabem disso. Se houvesse real possibilidade disso acontecer, o que seria maravilhoso ao meu ver, de forma alguma, anularia a necessidade de apoio que todos nós precisamos. Porque as comorbidades que nos surgem e acompanham por sermos diferentes, nos torna DEFICIENTES. Por isso, e não por ser um transtorno, os autistas devem continuar a receber maior atenção, inclusive os mais pobres. O cuidado não é individualizado de acordo com o que mais precisa ser trabalhado? 

Vamos partir para a definição de transtorno?



Os neurodivergentes não causam nenhum transtorno, mas a mente e o organismos deles reagem ao desarranjo social. Os genes só se manifestam se houver uma interação ambiental favorável e/ou eles se manifestam de acordo com o tipo de interação ambiental (lembram do FENÓTIPO = GENÓTIPO + AMBIENTE?). 

A sociedade é o ambiente que estimula que tipo de manifestação neurodivergente vai apresentar. Se Maria tem 3 anos, é autista severa, muito dependente e não tem o apoio necessário, ela não se desenvolverá plenamente sozinha. Se ela tem o apoio necessário por toda a vida, ela vai se desenvolver no tempo dela, mas não é transtornada, é deficiente. Porque o potencial dela exste, só precisa de ser trabalhado. Agora, se Maria não tem apoio desde cedo, ela vai desenvolver comorbidades, o que não é inerente ao autismo, mas surge devido a uma sociedade (ambiente) que não a favoreceu, ao contrário, muitas vezes a impediu de progredir. 

Veja abaixo o significado de deficiência:



Entende porque é PEA e não TEA o termo mais adequado? o transtorno que nos causam só é insistente porque o ambiente permite isso. Abraço fraterno. 







quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Repito: autismo não tem cara




Eu estou tão feliz curtindo meu diagnóstico de autismo (finalmente) e com meu recomeço à beira dos 40 anos_ que eu não queria pensar nisso agora, mas um post  no instagram me chamou a atenção. A publicação fala justamente sobre a tristeza que é ouvir um grupo de pessoas dizerem que o profissional errou, especialmente quando se fala de autismo feminino já na idade adulta. 

Dizem: "Ela não é autista, mesmo com o diagnóstico de especialista".  Ora, se Jesus, fazendo milagres, não era reconhecido como o messias por grupos por ele chamado de hipócritas e , a princípio, mesmo por seus discípulos e pelo próprio João Batista. Como posso eu querer que me reconheçam autista, todas as pessoas. Isso me deixou com um pouco de dor de cabeça, não precisei tomar ainda a dipirona, mas já comprei a cartela que tinha acabado. 

Estou hiperfocando no meu projeto de juntar meus hiperfocos de base inicial da minha vida. Isso tem me deixado menos ansiosa, além disso as duas novas boas notícias me têm "diluído" a sensação de ansiedade, apesar de já ter passado na minha mente essa possibilidade da contínua rejeição ao meu diagnóstico por parte de alguns.

Essas pessoas estão ainda acreditam nas mentiras que disseram sobre mim ou estão sendo maldosas. Quero focar nas pessoas que conviveram comigo desde a minha infância e souberam associar aos sinais do autismo. Além da convivência recente e dos que acreditam no que eu escrevi e da capacidade de diagnosticar da profissional experiente que me atendeu. Tudo isso estão claramente querendo invalidar por motivos pessoais daqueles que divulgam criminosamente ainda as fake news na dark web

São indivíduos que têm aversão a minha trajetória. Por exemplo, se são pais de autistas, não querem admitir que os seus não são anjos de verdade, mas propensos a passar por tudo o que passei se eles não tivessem um diagnóstico, fossem abandonados à própria sorte e não tivessem uma família que o apoiasse, inclusive na fase de orientação afetivo-sexual. Essa é a realidade de muita gente: simplesmente preconceito. É uma questão de se acharem melhores, de acharem que podem me julgar que estão certos.

Primeiro, o que eu relatei no meu e-book é verdade, aqui no blog é verdade, na sessão com os profissionais e com a especialista é verdade. Os profissionais não especializados não me compreenderam totalmente, por falha de comunicação e falta de experiência. Com a ajuda e nomeação para meu auto-conhecimento continuado, após 4 anos de investigação oficial (2019 a 2023), e após 8 anos de auto-diagnóstico (2016 a 2023), eu conseguir falar e ficar à vontade com a especialista, porque ela teve empatia também. 

Eu acho que o maior desrespeito, vem da comunidade autista. É um duplo desrespeito: a mim (e a qualquer autista, principalmente se for mulher). e à profissional. Sabe aquelas crenças equivocadas enraizadas...isso me fez lembrar agora o preconceito, que talvez ainda exista, entre:

  • Evangélicos e católicos, onde estes diziam que aqueles não eram cristãos de verdade alegando que a igreja católica era a oficial criada por Jesus. 
  • Dentro da própria igreja evangélica, onde diziam que os crentes de berço eram crentes de verdade, enquanto os que entraram já adultos não.
  • Entre religiões, especificamente a candomblé e os espiritistas, onde esses não seriam boas pessoas e que faziam pacto com o diabo. 
  • Budistas e ateus também não herdariam o reino de Deus. 
Sem falar nas questões sobre sexualidade. Aí, também tem muita polêmica. Primeiro, devemos respeitar todos, menos tolerar violência e difamação. Jesus acolheu a todos, mas era intolerante com os hipócritas e fariseus. Logo, se fosse verdade as coisas horríveis que dizem sobre mim ainda, ninguém tem o direito de me tratar mal. No entanto, a situação é pior: é tudo especulação e manipulação para me prejudicar. Eu não sei mentir, quanto mais passar 8 anos fingindo. Ao contrário, quem mente são eles e mentem tão bem, que vos enganaram direitinho.,

A não ser que você também faça parte desse submundo, veladamente ou abertamente. Para que? para manter-se na mentira, para se satisfazer, para não admitir o erro, sei lá... cada um tem seu motivo. No entanto, calar para prejudicar ou falar para enganar é o mesmo que o falso testemunho condenado por Deus nos 10 mandamentos ditados a Moisés.

É demais esperar reconhecimento, mas espero mesmo é RESPEITO onde eu estiver. Porque, se eram incapazes de fazer isso antes do laudo, que respeitem a lei. Agora, eu sou autista legalmente. E mesmo que você não reconheçam ou não queiram reconhecer, EU SOU AUTISTA. Sendo autista, sou deficiente e tenho os mesmos direitos que qualquer pessoa com deficiência.

Eu me assustei com a maldade das pessoas e falei, há alguns anos atrás (2017, eu acho) que não queria mais saber de apoio financeiro do Estado, por estar cursando medicina com o dinheiro que minha mãe recebia da minha irmã. No entanto, eu repreendia minha mãe por não usar o direito dela de ser idosa na filas. Eu, então, me dei conta que estava propensa a agir feito ela quando falei aquilo em 2017, achando que conseguiria meu diagnóstico mais rápido. Eu achava que, pelo menos a minha mãe, Márcia e Tonha conseguiriam lembrar de sinais mais detalhados na minha infância, mas eu me enganei.

Eu sempre me enganei na maioria das vezes quanto ao meu discernimento das pessoas, mas quanto a mim, eu posso afirmar e reafirmar que eu me reconheci autista não foi por ilusão, mas porque passou um filme na minha cabeça e tudo foi se encaixando. Os meus motivos importam e devem ser considerados, já as suas convicções pode ficar com elas. Elas não me servem. Só mostram quem são vocês resistentes das trevas. É assim que vocês estão se revelando. 

Enfim, eu nem queria, mas senti que deveria falar sobre isso. Afinal, eu ainda tenho minhas dúvidas de como me comportar socialmente. Se eu me calo, vão inventar mentiras sobre minhas motivações. Se eu falo, vão descontextualizar... então segui meu coração e falei. Me sinto melhor agora, porque suspirei. Mas, fiquei com o pescoço tenso. Acho que já tá bem grande o texto, vou me despedindo. Tchau. 


sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Profissão, mudar de area?




Eu não falei para ninguém, mas estive pensativa há alguns meses se eu deveria mudar a área de profissão novamente. Eu estive pensando e ainda estou reflexiva sobre isso, mas a diferença de algum tempo atrás para hoje é a de que amanheci leve. Estou com o coração vibrando novamente e a mente tranquila, pois eu nunca mais havia estado assim desde o tempo do Reiki e do Vale de Recife, Timbaúba e da Bolívia (o Vale de Santa Cruz de la Sierra, em especial, pois lá eu não tive muito convívio social. Já o de Cochabamba foi um pouco conturbado após alguns meses de convivência). 

Essa leveza que sinto junto com a sensação vinda literalmente do coração de que estou no caminho certo em mudar de carreira. Isso associado ao fato das minhas racionalizações acerca das dicas que venho recebendo de pessoas que são de boa índole me fez vir escrever aqui no blog sobre esse fato. 

Eu sempre disse que não sabia qual rumo dar à minha carreira, embora tenha feito testes vocacionais desde adolescente. Não funcionava para o "software da minha cabeça" da época com 15 a 17 anos, inicialmente, porque faltava auto-conhecimento. Lembrei eu que eu escrevi em uma avaliação de rastreio da escola que a professora de português (creio) fez com a turma. Ela perguntou qual profissão nós não faríamos de jeito nenhum e o motivo. Eu escrevi: PROFESSORA, PORQUE NÃO TENHO PACIÊNCIA. Bem, anos após eu descobri que questão da comunicação seria um problema a ser trabalhado, mas eu gostaria sim de ser professora e eu tenho muita paciência. Sendo que quando esta atinge o meu limite individual ampliado, eu a perco de vez e fica difícil retornar com determinadas pessoas exclusivamente. Não é no geral, certo? 

O fato é que eu não lembro ter respondido médica veterinária, nem médica. Eu nem sei o que eu respondi, na verdade, pois eu só respondi porque achava que tinha de responder de qualquer forma. Portanto, eu senti muita dificuldade porque não me conhecia como me conheço hoje. Veja, eu não me conheço 100% nem 80%, mas está em uma porcentagem bem maior de quando era da quinta série em meados dos anos 90 e depois no ensino médio no final dessa década.

Enfim, eu insisti na medicina mesmo depois do que aconteceu na Bolívia e depois no Paraguai, porque eu tinha dito a mim mesma, depois à minha irmã loira no carro enquanto ela me dava carona e depois para uma protetora de animais em Foz também enquanto ela me dava carona em 2018 que estava fazendo medicina para ter dinheiro e poder ajudar os animais carentes, pois eu ajudava sem ao menos ter um tostão conquistado com meu trabalho. Assim, eu precisaria me ajudar primeiro, estar bem comigo mesma, para depois ajudar os outros. Logo, eu deveria conseguir o meu sustento para poder fazer caridades que exigiam dinheiro, pois nem sempre conseguia ajuda de fora. Era eu que usava da minha pouca, mas abençoada mesada. 

Hoje, é um dia de eureca. Finalmente, eu pude entender a frase que eu me disse há alguns anos atrás: "se não tá fluindo, pode ser que precisa mudar". Realmente, eu não tava conseguindo estudar para fazer o Enem". Ainda estou processando o que devo fazer e quando devo tomar uma decisão definitiva. Antigamente, eu tomaria uma decisão rápida, pois eu demoro a decidir, mas quando decido, é porque eu tenho total certeza. Essa clareza de mudar de rumo, me veio hoje. Eu realmente ainda estava querendo fazer medicina pelo primeiro motivo já citado e também para honrar minha dedicação aos 2 cursos de medicina. Logo, eu estava disposta a enfrentar o vestibular novamente para fazer medicina, apesar do cansaço mental que estou se seguisse a estudar novamente matérias que eu não tenho gosto de ler, mas apenas era forçada a estudar. Digo de matérias mais profissionais, porque tinha matéria do básico que eu gostava, como as que envolviam as células e o sistema nervoso.

Hoje, eu penso assim e faz todo sentido: eu tive a oportunidade de ajudar os animais, o fiz com ajuda e as ONGS agora que cumpram sua parte. Eu posso continuar nesse nível ajudando, mas não precisa me sacrificar para fazer medicina só por isso. Realmente, não vibra meu coração estudando vestibular e fazer Enem por amor. Eu estava infeliz e não me dava conta de como sair disso. O apoio, mais uma vez é fundamental. Estou muito gata, mesmo. Porque eu me livrei do peso de ter de me mudar pela enésima vez, de ter que me separar de uma de minhas cadelas, pois eu planejava levar 2 e meu gato. Também me pesava não ter um lar, me sentir sem rumo, não ter tempo para o que gosto e para meus animais. 

Essa situação de estar me obrigando a estar sempre ocupada estudando, o tempo todo é bem parecida com a da minha irmã mais velha que só tinha tempo para trabalhar. Quando nos falávamos, ela me disse que já estava aprendendo a tirar uns dias de férias. Tomara que tenha conseguido aderir a esse hábito. Enfim, eu respiro fundo só de pensar que não vou precisar mais sair daqui, porque eu estou me firmando nesses 4 anos desde que voltei em 2019 sob o risco de atentarem contra a minha vida por várias fake news. Ao mesmo que eu me sinto aliviada, eu choro. No entanto, é um choro de felicidade. Finalmente, me sinto no "caminho de volta ao Pai". Hoje, eu entendo que essa frase tem duplo sentido. 

O primeiro é o literal, espiritual. O segundo, de que finalmente, estou me propondo a fazer o que eu sei e gosto. Algo que me dá prazer e posso ganhar confiança ao ser treinada para o trabalho que é seguir e avançar na área da computação. Me emociono, neste exato momento enquanto escrevo isso, e agradeço mais uma vez por me fazerem enxergar o meu presente e futuro. Não posso revelar mais do que me é permitido do Alto, mas posso afirmar que estou fluindo. 

Por exemplo, eu não sabia o que fazer com toda essa eureca. Então, comecei a enumerar e a escrever tópicos para lembrar depois. "O que devo fazer nos próximos dias e hoje, agora?" Eu não saberia nem buscar informação no passado, nem esperar mais um pouco para ir firmando na mente esse processo e me planejar financeiramente. Eu entendo que ainda tenho dificuldade de por em prática, mas hoje eu tenho a maturidade dos erros inciais. Então, mesmo tendo a mesma demorada total certeza _ demorada para os outros, porque para mim é NO TEMPO CERTO. Então, mesmo tendo completa clareza de que devo mudar porque já não há mais motivos para continuar nesse ciclo obscurecido, eu não vou agir de imediato. 

Eu até falei para a minha mãe hoje: não diga a ninguém, pois ainda estou avaliando quando vou começar a estudar e onde. Eu sinceramente, achei um polo de uma faculdade aqui na minha cidade natal, mas vai depender se o preço caberá no orçamento e se a empresa vai me oferecer os descontos prometidos. Aqui é mais prático, pois as aulas são on line, só precisa de uma redação (embora eu precise de mais tempo, já não tem a mesma cobrança desnecessária do Enem e de outros vestibulares).  Além deles encaminharem para estágios os quais podem ser aqui ou em cidades vizinhas.

Outro ponto, poucos minutos antes de começar a escrever esse texto, me veio o entendimento para esperar mais e, enquanto isso, fazer cursos livre e técnicos na área. Pronto, já tenho alguns gratuitos no site do Portal de cursos rápidos, falta só revisar e fazer a prova ou redação para obter os certificados. Estou inscrita desde 2016 nessa plataforma. Assim, as informações vão se organizando e eu aos poucos vou sabendo o que fazer, como e quando. Ah! eu cancelei o Descomplica, a empresa é muito organizada e eu aprendi bastante, embora não tenha me dedicado o suficiente para passar em medicina. Mas, tudo bem! Estou satisfeita com a Boa Nova, de acordo com minhas qualidades e aptidões. 

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

O meu hiperfoco é um só "tema com vários títulos interligados"




Reinicio este texto, após finalizá-lo à alguns segundos atrás tendo um insight: meu hiperfoco eu posso caracterizá-lo como um "tema com vários títulos interligados". Dessarte, a evolução humana é o tópico específico ao qual meu cérebro rumina, mas que é amplo no aspecto da pluralidade de sub-tópicos relacionados. 

No começo, era muito difícil para mim descobrir qual é meu hiperfoco. No entanto, tenho lido e ouvido autistas, principalmente mulheres, que tiveram vários hiperfocos durante a vida. Esses hiperfocos mudavam de acordo com a fase que estavam e que hiperfoco é justamente "respirar", "dormir e acordar" pensando nele. 

A partir disso, ficou mais fácil para mim. Hoje, eu tenho 39 anos e já vivi muito. Já tive muitas fases. Por exemplo, até hoje, eu sigo firme nos ensinamentos de Jesus desde o catecismo na minha infância. Quando eu conheci Jiddu Krishnsmurti, em uma busca na internet, em torno do 17 anos, eu continuei na mesma linha de raciocínio, embora JK seja indu. No entanto, ele falava sobre vigilância, sobre meditação do momento presente, auto-conhecimento, educação e amor sem posses, além da violência e separação que o cérebro humano tem sido educado. Ademais, fala também do conflito que isso gera no mundo e na perda de energia cerebral por conta desse condicionamento errado. Então, passei a comparar os ensinamentos de JK com os de Jesus. Assim, vou conhecendo outras filosofias e comparando com as de Jesus.

Assim, em todos os lugares que eu estava, eu introduzia uma pergunta se alguém conhecia Jiddu Krishnamurti. Como era raro alguém conhecê-lo, a conversa não durava muito por falta de interesse do outro. As poucas vezes que encontrei alguém que já havia o lido, foi com Lucy, Paty (uma ex-vizinha do Santa Mônica que é professora de educação física) e um amigo de um amigo americano (Gian Cavoto) de Viviane e "irmão" meu. Mesmo assim, essas pessoas não quiseram permanecer no diálogo por muito tempo. 

Outro dia, já morando em Recife, minha irmã mais velha fez uma tentativa rara de nos reunirmos com a loira para conversarmos sobre nossa convivência e eu era o foco negativo na cabeça autoritária e incompreensiva dela. Não lembro exatamente o que ela disse sobre mim, mas a mensagem do que ela disse que ficou foi que eu não sabia o que era "amar" e que eu só conseguia enxergar "meu próprio umbigo". Então, eu comecei a racionalizar o que era o amor segundo Jiddu Krishnamurti. Ela nem deu importância e minimizou minha tentativa de conversar ao dizer "ainda não sinto emoção, é só da boca pra fora". Algo assim, não exatamente com essas palavras. Isso foi o suficiente para eu ficar mais ansiosa do que já estava e entrei em crise. Tive um "piti" e não deu em nada a reunião familiar. 

Eu tenho aqui guardado os livretos que ganhei da Instituição Cultural Krishnamurti (ICK), representada por Onofre, na ápoca. Quando eu voltei para Recife, eu continuei falando com ele algumas vezes para dizer como estava o andamento do grupo de estudos que ele havia me indicado formar com um senhor em Boa Viagem. No entanto, não deu certo. O velho teve atitudes esquisitas comigo e eu não voltei mais lá. Então, desfoquei de JK, mas ainda tenho carinho pelos ensinamentos dele. Mostrei um DVD de JK a meu irmão mais novo em 2014 e falei bastante de coisas relacionadas à espiritualidade e ao Vale também quando eu tinha interrompido os estudo de medicina na Bolívia e voltei para o interior. Entretanto, eu me arrependi de confidencializar minha vida privada e o que eu achava que sobre meu pai e minha mãe juntos (eu dizia que ele sugava a energia dela). Enfim, esse irmão de sangue "diabolizou tudo o que expliquei a ele", principalmente o Vale. 

Pensando bem, muito do que era hiperfoco, deixou de ser quando algo desagradável acontecia. Eu digo isso, ao lembrar desse fato que "cortou o fio" que me fazia pensar e falar sempre nas mesmas coisas, ou melhor pessoas. 

O meu primeiro namorado foi um hiperfoco. Eureca! Quando eu ainda o romantizava na minha mente, eu só queria estar com ele, enquanto minha amiga, a decifradora de metáforas, ficava com um diferente em cada encontro que eu e ele tínhamos (vale frisar, só nos beijávamos). Mesmo estudando em Recife, eu pensava nele o tempo todo. Estando no quarto trancada, ouvindo música romântica ou na rua indo para a escola (vendo o rosto dele nos rapazes que passavam e depois percebendo que foi só ilusão da mente). Até quando eu já havia me distanciado, passei um bom tempo para parar de pensar nele. Eu também só queria saber das novidades sobre ele, inclusive, eu confesso que frequentava a casa dele como amiga da mãe dele, na esperança que ela falasse dele ou que ele estivesse em casa. Depois, passei a gostar dela como uma mãe.

Então, eu fui me dando conta que eu precisava me desvincular de vez, porque voltar a namorar eu não poderia por um ato de respeito a mim mesma, já que ele nunca me pediu desculpas. Não foi fácil, mas eu consegui depois de uns 4 anos. Recentemente, ele me buscou virtualmente e estávamos amigos on line, mas eu não quis me reaproximar. A minha mente relembrou de tudo de bom e de ruim e eu não queria que houvesse alguma confusão da parte das pessoas de fora, pois da minha parte eu tenho bem claro que meu hiperfoco é outro agora.

Eu desejo mesmo é seguir sozinha, mas com uma rede de apoio que Deus vai me guiando em cada caminho. Porque Ele é o meu único verdadeiro amigo. Nem a minha mãe me faz me sentir segura ao lado dela, ela continua me confundindo. Isso está dilacerando meu coração porque é uma ação continuada. Ela não está preparada para ser mãe, nunca esteve. É provável que eu precise de terapia para conversar sobre isso com algum profissional, mas em quem posso confiar? Quem não foi corrompido por aqueles que me perseguem?

A propósito, depois tive outros hiperfocos como o sistema nervoso, a célula, o reiki e os peludos que criei e crio e sobre o tema LGBT+. Assim, o que observo, nesse momento, é que não é apenas um mero apego à determinadas pessoas e "personagens" históricos, mas tem um link, uma ligação com a transpessoalidade, logo, com o que é virtuoso, espiritual, energético, evolutivo e as minhas interpretações têm sido consideradas até míticas por algumas pessoas porque eu sempre trago o viés para esse lado. 

Para ficar mais nítido, estou falando de hiperfoco em temas específicos e não em assuntos. Vale ressaltar que a definição de "tema" é algo mais amplo e "assunto" é algo definido e orientado. Portanto, o tema do meu hiperfoco é espiritualidade e crescimento pessoal, assim tudo que está relacionado, me chama a atenção desde criança.  Inclusive, meus estudos continuados me ajudaram a evoluir, pois é um dos caminhos para o conhecimento e crescimento. É bem marcante, frequente e ruminante essas questões em volta dessa temática. Por exemplo:

1- Eu me via repreendendo a minha mãe desde os 4 ou 5 anos (+-) por condutas que eu julgava ser errada, e o meu pai também, porém no início da adolescência; 

2- Desde quando tive uma "saída do corpo" e me indaguei "quem somos nós e para que viemos"? em torno dos 10 anos;

3- Quando eu me perguntei o que vim fazer aqui? (nesse caso, não mais em nível de humanidade, como no exemplo anterior, mas em nível individual) na vida adulta inicial.

4- O tema LGBT+ pode parecer que não tenha conexão, mas tem. Afinal, qual é a passagem bíblica que condena a prática homo-afetiva? O que tem é a condenação de práticas promíscuas e violentas. Não é a toa que, atualmente, as igrejas cristãs renovadas têm grupos de pessoas LGBT+ que são acolhidas e respeitadas, as quais podem praticar sua fé e sua sexualidade.

 

Eureca! É isso mesmo. Muito grata à espiritualidade e aos anjos por me fazerem enxergar mais amplo.


A metáfora do milho

 


Quando eu era adolescente (cerca dos 14 anos), eu tive um romance escondido com um vizinho porque meu pai proibia as filhas de namorarem em casa. Aliás, ele nos proibia de ter amigos, inclusive de conversar com qualquer menino. Só poderíamos ter amigas. Eu passei 4 anos gostando dele, mesmo eu morando em outra cidade. No entanto, eu afastei dele quando descobri que ele me traía. Eu deduzi que ele procurava nas outras meninas o que não queria dar a ele: o meu corpo. Pois, eu não sentia vontade nem de preliminares. 

Eu decidi nem ser amiga. Sofri muito durante esses 4 anos, mas me desvinculei dele. Demorou, mas eu me desapeguei, graças a Deus. O dia que contribuiu para "a minha ficha começar a cair" foi em uma festa de rua no interior. Eu o vi indo ao bar de Mazé "gaga" com um outro amigo que o havia chamado. Antes disso, eu o vi pegando na mão de uma garota meio que escondido. Neste caso, eu fiquei em dúvida, mas em alerta e isso me deu um choque de realidade entre o que eu havia idealizado dele e o que ele era de fato. O estopim foi tê-lo visto abraçado como se fossem namorados com a outra pessoa.

Uma irmã de consideração, Neide, me viu olhando para eles na esquina, me perguntou o que eu estava fazendo ali. Era uma noite fria. Eu disse a ela o que aconteceu...que eu tinha acabado de ver meu namorado me traindo. Eu estava desapontada. Então, nos despedimos e fui para casa decidida a me afastar.

Não lembro da sequência... se foi no outro dia ou depois que eu me embebedei. Era dia de festa na rua ainda e um moço mais novo que eu se chegou para dançar (o apelido dele era Miquinha) e nos beijamos. Eu fiz de propósito para o meu namorado oculto (que já era "ex" pra mim) saber por outras pessoas. Dessa forma, nós terminamos nosso relacionamento atípico.

Então, eu e minha amiga e ex-vizinha de adolescência estávamos passando pela rua principal, perto antigo club, quando o vimos do outro lado da rua. Ela me mostrou o que ele estava fazendo: jogando milho na rua. Aí, eu fiquei sem entender. Ela deve ter visto minha cara de interrogação e me falou: "Tu não entendeu não foi? Quem come milho, Marília?" e eu continuei sem entender. Então, ela explicou: Né a galinha. Ele te chamou de galinha. A essa altura, eu já sabia do sentido figurado de galinha. Alíás, é uma figura das linguagem que reflete o teor diminutivo e desrespeitoso com os animais não humanos de nossa sociedade. Então, a imagem da galinha aparece na mente, mas eu já entendia que ele me chamava de "puta". Enfim, se eu já tinha me desiludido, fiquei com uma imagem dele pior ainda.

Além disso, quando ele estava namorando Morgana, a irmã de uma colega querida de ônibus, Ana Cecília, ele falou para aquela amiga de infância que me ajudou com a metáfora do milho, que ele nunca deixaria essa namorada por ninguém. Entretanto, ela não pensava o mesmo. Ela o deixou. Quando minha amiga me contou, eu achei foi bom. 

Depois de anos, a minha amiga, que me decifrou a metáfora do milho, me disse que encontrou ele na cidade e ele havia dito que queria "relembrar o passado ficando comigo novamente" e eu disse bem objetivamente "NÃO". Eu havia lembrado de tudo que ocorrera. Não posso, embora tenha sentido vontade, pois já estávamos adultos. Contudo, eu racionalizei: "não vou dar minha cara a tapa novamente. Estou tão bem assim. Avante". 



sábado, 9 de setembro de 2023

Dificuldade com olhares




Hoje eu fui testar mais um aplicativo de criação de avatares e emojis e tive uma surpresa. Uma das figurinhas criadas pelo app foi esta aqui abaixo. Eu fiquei surpresa porque essa expressão facial eu copiei e uso no sentido de "quero te entender". No entanto, ao ler o emoticon, eu entendi que esse olhar de fechar os dois olhos parcialmente é usado tipicamente quando alguém já entendeu uma situação. 

Título da imagem: "saquei"


Eu comecei a usá-lo, mais ou menos, em 2016, antes de ir para o Paraguai, quando fui terminar a faculdade de medicina. Lembro que estávamos eu, mainha e meu irmão, na sala-corredor e na breve conversa, eu fiz esse olhar para meu irmão mais novo após ele falar algo (nem lembro o que). A impressão que ficou foi a de que eu estava tentando decifrar ele. Eu acho que a nossa relação já estava ruim por causa do mal entendido da venda do carro de meu pai (que minha mãe pagava sem poder e meu irmão usava só pra ele), mas não tenho certeza. Eu não escondi esse olhar e ele reagiu olhando de volta, parecia sério, acho que ele não gostou desse meu olhar. Então, eu não perguntei "o que foi?" e deixei ele pensar o que quisesse. 

Dessarte, esse é um outro exemplo da minha falta de habilidade social durante toda a minha vida. Pude relatá-lo porque tive um momento de "eureca" hoje enquanto descobria mais uma tecnologia para minhas artes. Eu realmente fico me dizendo "você deveria estar estudando para o Enem" e estou me sentindo angustiada, a minha cabeça fica pesada. Então, já que não estou conseguindo me dedicar como eu gostaria ao vestibular, eu decido descontrair com os desenhos. Certamente, ocorreram diversas situações parecidas, inclusive com expressões faciais inadequadas, mas não lembro agora e outras nem cheguei a me dar conta.




domingo, 3 de setembro de 2023

Lucy me disse que eu sou determinada






Lucy me disse que eu sou determinada a cumprir meus anseios e obrigações, não procrastinadora. Ela concluiu isso, quando eu decidi ir ao primeiro curso de Psych-k, em São Paulo. Apesar das adversidades, do meu medo de viajar de avião, de ter quer enfrentar uma cidade grande e desconhecida sozinha e também pessoas desconhecidas, eu fui porque Marina, a organizadora, me incentivou bastante, inclusive deu desconto e falou para dividir no crédito a passagem. mostrei o e-mail a Marciana e ela achou, junto com Márcia, que seria bom pra mim.

Embora eu tenha ficado trancada no quarto do hotel do evento (porque tive medo de ficar em outro mais barato), ter ido e voltado de táxi (Marina falou para eu voltar de metrô, mas eu falei a ela que isso não era uma opção, porque eu não saberia calcular o tempo e poderia me perder. Aliás, já me perdi bastante em Recife nos primeiros anos que morei lá, principalmente ao entardecer e à noite. 

Minha irmã loira estava em um curso por lá também, então, passou lá no último dia e deixou o cartão. Eu fiquei meio desesperada porque estava sem crédito no celular, mas consegui mandar a mensagem do celular de alguém, creio que foi assim, mas, no final, ela recebeu a mensagem e foi ao meu encontro. (Re-editando, em 28-19-2023, às 18:40, eu liguei ou mandei mensagem a cobrar).

Marina me chamou para sair à boate, mas eu não quis e também queria subir ao meu quarto para praticar o Psych-k comigo, mas não poderia. Era regra do hotel. Ela disse, bem depois, que teve medo de me deixar sozinha conversando com um dos participantes. De fato, ele veio com ideias estranhas, mas eu não percebi a maldade na hora. Ele me chamou para ir a uma livraria (ou era biblioteca), para sairmos dali do hotel, mas eu não queria de jeito nenhum. Então, eu subi e fui para o quarto dormir para ir para o aeroporto no outro dia. 

Quando eu voltei, eu mostrei a Lucy como era a técnica, mas ela não gostou e não quis aprender. Eu fiquei triste, porque afinal, foi ela quem me apresentou ao livro "A Biologia da Crença" o qual fala dessa técnica de PNL. Ela, então, me disse: "mas estou muito orgulhosa de você porque você foi atrás e conseguiu o que queria". 

Demissexualidade e autismo


Demissexualidade é um termo usado para designar assexuais que despertam seu interesse sexual, ficam excitados e sentem tesão após criarem laços afetivos por uma pessoa em especial. Alguns, fazem isso sem a necessidade de um relacionamento amoroso duradouro, mas eu me encaixo entre aqueles românticos estritos que precisam estar em um relacionamento sério. Além disso, eu preciso que a outra pessoa me passe segurança do mesmo sentimento por mim e que me aceite como sou, caso contrário, eu estaria me "estuprando" eu mesma ao seguir o rápido ritmo daquelas pessoas que "namoram pelados" sem nem se conhecerem. Tudo bem se têm gente que consegue fazer isso, o importante é ser feliz. Entretanto, eu não estava feliz seguindo um fluxo que não é o meu. Mais uma vez, eu estava do lado contrário. Assim, eu me frustrei bastante. Depois de experimentar e testar várias vezes, eu percebi que eu estava no caminho errado e me traumatizando mais. Além disso, "caiu a ficha" que estaria correndo riscos de doenças sexualmente transmissíveis mesmo sendo com mulheres. 

Então, foi quando criei consciência e decidi que fazia mais sentido para mim construir uma história de amor e companheirismo com uma mulher, seguindo o que uma "sister" me falou sobre ela. Ela havia me dito que preferia construir uma história. Foi um ensinamento, mas na prática, eu não conseguia passar muito tempo com a garota que eu conhecia. Assim, o tempo foi se passando e eu fui me restringindo de ceder à vontade sexual da minha pretendente, quando já entendia que eu não deveria me forçar nem deixar que me forçassem. O problema, agora, era encontrar alguém do sexo feminino que me respeitasse e quisesse namorar e casar. O tempo passou. Parei de hiper-focar nisso, mas me apaixonei algumas vezes sem ter posto em prática, na maioria das vezes. Uma vez, eu tive total discernimento com uma enfermeira do curso de acupuntura. "Algo me falava" para não ir a nenhum encontro que ela marcou. Embora, eu já estivesse com o corpo respondendo à paixão, eu disse a mim mesma para não continuar esse romantismo (da minha parte) após ela me mandar mensagens diretas sobre não querer namorar após eu tocar no assunto. Ela disse que traiu o maior amor dela e que não se apaixonava por mais ninguém. Então, eu pensei: "o ciclo está querendo se repetir", não posso permitir isso. Então, ela parou de falar comigo e eu não fiz questão de me distanciar. Ela me contou que ela ficava com homens e isso também foi um motivo a mais para eu me afastar. Ela só falou essas coisas bem depois quando eu já estava no interior. Quando eu disse que nós éramos parecidas, eu me referia ao fato de sermos do clube LGBT+ (lésbicas) e não por ela ser bipolar. 

Bem, a demissexualidade ocorre tanto em mulheres que se relacionam com homens ou com outras mulheres. Assim, existem lésbicas, bissexuais e heterosexuais com demissexualidade. Após eu ver vídeos explicativos, que é comum uma pessoa sentir atração sexual por outra sem nem a conhecer, só por ver o físico, não necessariamente que vá por em prática o sexo, mas sente o desejo sexual. Eu não sou assim. Inclusive, eu já fiquei chateada muitas vezes ao saber da possibilidade da minha primeira ex-namorada estar sentindo tesão por outras pessoas. Não só naquela época, mas até recentemente. Eu achava isso traição porque eu não sabia que era normal.Assim, ainda preciso compreender melhor certas coisas em relação a isso.

É comum meu cérebro descrever a beleza e chegar a uma conclusão "é bonito ou bonita", mas isso não é sinal de paquera nem de desejo sexual. É uma racionalização. Pra ser sincera, eu não gosto nem que toquem em mim enquanto falam, muito menos com outras intenções. Eu que tenho que chegar primeiro ou ela tem que avisar e vir com calma, não de supetão, seja para um abraço ou um beijo. Bem, eu poderia dizer vários exemplos em que eu me esquivei até de pessoas que eu tinha mais aproximação, mas o texto já está longo e eu tô ficando com dor de cabeça. Tchau!

Será que tenho déficit de atenção ou será desinteresse?



É comum eu bater nos objetos e me machucar. Quando vejo, estou com marcas de corte ou pancadas (as ronchas, como dizia Sheila, minha prima). Hoje mesmo, fui cortar o Jerimum em pedaços a fim de guardá-los num pote e ficar mais prático na hora de cozinhar para o almoço. Pum, cortei o dedo mindinho.  Geralmente, eu não sinto dor, mas hoje eu senti a dorzinha. Lembro que minha colega de faculdade de medicina da Bolívia do terceiro e quarto ano, Íngrid, foi almoçar lá em casa e eu fiz feijão pra gente. Aí mostrei meu dedo polegar cortado e com bandeid e falei o que aconteceu na hora que eu tava cortando a Charque (eu tinha voltado a comer carne porque eu tava com problema de memória e concentração no segundo semestre e meu professor perguntou se isso não era falta de "hierro", ou seja, ferro). Como eu não tinha nem sabia como fazer uma alimentação vegetariana balanceada, voltei a comer carne, porém, em menos quantidade. Agora, estou aproveitando as dicas de vegetarianos e veganos e estou com energia e satisfeita por ter eliminado a proteína animal das receitas. 

Bem, eu costumava torcer meu pé, mesmo de sandália e esbarrar meu mindinho do pé na quina da porta, por exemplo. Além disso, costumo não prestar atenção em muitas coisas, mas quando me dou conta disso, eu faço um esforço para estar atenta. Por exemplo, no dia da avaliação psicológica para tirar minha carteira de motorista, há muitos anos atrás, eu quase fui reprovada. A avaliadora me chamou a atenção 2 vezes para a etapa que demonstrei desatenção e ela me disse que, se acontecesse novamente, ela iria me reprovar. Então, fiquei hiper-vigilante e passei de fase. Na prática, eu reprovei a primeira vez na última etapa de estacionamento porque não prestei atenção que a marcha estava na primeira, quando eu deveria ter dado ré (uma chance do avaliador que me mandou sair dali sem bater, pois eu estava mal posicionada). 

O fato de eu estar mal posicionada foi porque os professores da auto-escola não me ensinaram bem. O primeiro gritou comigo enquanto eu dirigia. Então, chegando na auto-escola na volta, eu o denunciei. Aí, trocaram de professor, mas esse outro não me ensinou bem a estacionar e eu fui pra segunda prova sem ter domínio em estacionar novamente. Quase fui reprovada de novo, mas esse professor apareceu de longe e o avaliador que já vinha em minha direção pedir pra que eu saísse do carro (me reprovando), desviou e foi falar com meus dois maus professores. Aí, ele veio até a mim e me aprovou. Quando fui para fora do Detran, eles apareceram pra falar comigo e eu fiquei em dúvida do que eles queriam de fato. Eu estava em dúvida, porque me falaram que os funcionários de auto-escola estavam cobrando taxa extra (propina) e por isso, ensinavam de forma incompleta para parecer que o problema era do aluno. Depois, tudo foi se encaixando e concluí que era por isso que eles estavam sendo rudes comigo. Eu havia dado um DVD ao segundo professor antes da prova. Era um filme gospel (Desafiando Gigantes) que falava da historia de um jogador de futebol americano. Não sei o que ele entendeu com essa minha atitude, mas eu intencionava seguir meu coração que me pedia para fazer isso. 

Outra vez, no Paraguai, nas férias de fim de ano, uma colega de curso foi na casa que eu morava para me chamar para ir ao Shopping, eu não notei (ou notei e não falei... não lembro) que ela tinha cortado o cabelo. Depois disso, eu comecei a observar as pessoas quando elas cortavam o cabelo, eu logo mencionava "cortou o cabelo". O fato é que eu me calo muito, mas tenho aprendido que preciso falar mais. 

Já com coisas que eu tenho interesse, eu sou mais observadora. Por exemplo, quando eu fui para uma sessão com Eliane, a última psicóloga que me atendeu desde 2019, eu notei um carregador de celular que estava ao lado esquerdo na parede. Aí perguntei de qual celular era. Lembro também que um brother do centro espírita cardecista da Bolívia foi lá em casa para conversar, após eu ter me afastado do centro por causa de um cara lá que foi muito rude comigo em uma sessão de treino que estávamos fazendo (outro brother também deixou de ir e me falou que foi por causa do grosseiro e que sabia que não daria certo nossas sessões porque ele tinha histórico e não estava preparado). Bem, o irmão, que foi me visitar, fez uma mágica com moedas e perguntou se eu tinha entendido o truque. Eu não percebi como era nem em velocidade lenta, mas ele explicou depois. Eu não entendi nem perguntei o que aquilo significava. Bem depois, eu associei à falta de atenção. Eu não "penso rápido" com novidades.

Outra coisa, era comum eu "engolir" letras nas frases, erro bastante se escrevo à mão, inclusive passo um texto (redação, por exemplo) várias vezes, porque sempre erro cada vez que tô passando à limpo e isso me consome bastante tempo (não contei quanto, mas posso chutar uns 40 minutos). Ao final, ainda tem erros mínimos, então, desconsidero e deixo como ficou. 

Ás vezes, também me observo com a blusa pelo avesso. Quando me dou conta, geralmente, alguém viu primeiro. Isso aconteceu algumas vezes, mas lembro de Foz, da vizinha da frente que tem um filho. Ela olhou minha blusa e ficou achando graça, eu acho. Aí olhei pra blusa e entendi o porque.

É também comum eu não conseguir terminar de ler livros, por exemplo, os paradidáticos da escola, eu não li nenhum, exceto Iracema. Eu consegui entender desde o começo, então foi o único que li completamente dentre os paradidáticos. Comprei bastante livro relacionados a meu hiperfoco, mas não consegui ler todos por completo, apenas como pesquisa, porque eu demoro a ler. Na minha adolescência, eu passava 2 horas para ler e entender um parágrafo. Hoje, eu continuo comprando, mas lendo apenas partes, na maioria das vezes. É como se minha mente vagueasse enquanto eu lia no automático, sem nenhum estar no momento presente. Era assim também para escutar o que estavam falando para mim. Depois que conheci o Reiki e as meditações do "aqui e agora" pelo menos em 1 minuto treinando a mente para estar presente e depois que uma amiga (Abacaxi) me ensinou a beijar no momento presente, não aprendi nem entendi no dia que nos beijamos, mas com os anos, fui "digerindo" esses aprendizados. De fato, até o beijo era mecânico e técnico. Assim, eu não senti prazer nem tesão ao beijar. De fato, eu sempre fui escolhida, na maioria das vezes, e eu quando escolhia, era de forma racional. Depois, me apaixonava e descobri que eu não tinha um problema, as pessoas é que eram rápidas demais e eu tentei acompanhar esse ritmo sem estar preparada. 

Assim que eu pesquisei sobre autismo, no segundo semestre de 2016, quando ainda era só uma suspeita na minha mente, eu também pesquisei sobre TDAH, mas descartei a possibilidade. No entanto, eu não sabia que poderia ser autista e ao mesmo tempo TDAH. Então, o autismo fazia mais sentido quando "o filme da vida" foi passando na minha cabeça à medida que lia mais e mais sobre autismo, pois se encaixava perfeitamente. Eu realmente, não consegui me enquadrar, mas tenho dúvidas a esse respeito, se é só desinteresse ou tenho, de fato, déficit de atenção. 

O termo "amizade" e seus derivados



Devido à confusão de entendimento da palavra "amig@" causa quando eu a uso nas minhas frases, eu resolvi substitui-la por "irmã/irmão". 

Eu sempre utilizei o termo para designar o seu sentido literal, onde a amizade é "preto com branco", logo, sem nenhuma intenção sexual. No entanto, aprendi que a "amizade colorida" é mais comum do que eu imaginava, pois irmãos e irmãs de jornada me disseram que é comum os amigos ficarem uns com os outros. Aí eu disse que eu não ficava com amigo e amiga, pois se houvesse algum envolvimento a mais era com interesse em ser mais que amigo. Então, eu não intencionava ter amigos e amigas "coloridas", mas um romance.

Portanto, aos poucos, vou incorporando esse termo e trocando "amizade, amigo e amiga" por "irmão e irmã", para não haver mal entendido e eu não ter que ficar me explicando todas as vezes.

Re-editando: me confundo algumas vezes, falando o termo no sentido literal, porque minha mente é rígida, mas me dou conta e logo eu corrijo a confusão de entendimentos criada ao perceber que usei como era de costume.

sábado, 2 de setembro de 2023

Mais relatos de bulling e prejuízo




Quem leu meu e-book gratuito, Mundo de Marília, sabe do meu último e grande bulling em níveis nacional e internacional que envolveu professores abusadores. Bem, uma mentira contada uma vez, o mentiroso fica refém de si mesmo para continuar mentindo, disse Lula em uma audiência de quando foi preso político injustamente na Operação Lava Jato. Esses professores agiram feito a OPLJ, queriam me incriminar sem crime e sem provas. Eles distorciam os fatos e tentaram me prejudicar por causa de questões pessoais.  Quem perdeu foram eles, porque a faculdade ficou "suja" bem como os intintulados erroneamente de docentes, pois muitos prejudicados se uniram e os denunciaram também. Claro! de uma forma mais efetiva que a minha.

Entretanto, não é de hoje que esse tipo de pessoa me submete à humilhação. Na época da faculdade de veterinária, quando saímos do ciclo básico e fomos estudar no DMV (Departamento de Medicina Veterinária), nos deparamos com professores problemáticos. Um deles era Edvaldo e o outro era Tuddudy, um idoso argentino, ambos da área de cirurgia. O primeiro era cirurgião do departamento e o segundo era professor de técnica cirúrgica. Na primeira prova desta matéria, eu tirei acima de 90, mas depois de uma humilhação, em sala prática, eu passei a não prestar muita atenção nas aulas, pois havia me desiludido com o professor. Ele havia me passado algo para eu pegar na sala de cirurgia deixou cair de propósito, mas eu não percebi a intenção dele. Então, baixei para pegar. Aí, alguém me disse que já estava contaminado e não era para pegar. É que me colocaram como sendo a enfermeira da equipe da aula prática. Aí, depois que me disseram pude entender que ele estava me humilhando. Eu não lembro se teve mais alguma coisa. 

Só sei que o encanto e facilidade em entender essa matéria foi embora. Perdi a oportunidade de treinar mais por causa dele e de outros dois. No caso, teve o professor de cirurgia que colocou na prova só raio X e eu tirei 0,5. A única prova que tirei nota tão baixa porque ele se achou no direito de colocar assunto da matéria de Radiologia do período anterior. A professora dessa disciplina também não gostava de mim e não ensinava bem. O fato é que eu tirei em torno de 60, mas não foi tão baixa. Eu e a maioria da turma ficou com essa sensação de não ter aprendido, sei disso porque conversávamos sobre isso. Edvaldo havia me humilhado uma vez, não lembro como, mas repetiu a operação quando eu estava no último ano, no TCC. Quando ele me viu de longe, no corredor do hospital, eu já no nível do laboratório de análises clínicas e ele na entrada do setor de cirurgia, gritou me ordenando pegar algo para ele e eu disse: "eu não", mas quase que ia pegar no automático. Me senti tão bem em perceber e não cair no bulling.

Eu até falei para a minha ex-orientadora, que era da área de cirurgia, mas não fazia tantas assim para me treinar. Ela queria que Tudury fosse parte de uma das bancas, mas eu discordei na hora e expliquei o que tinha ocorrido. Ela me disse: "por que você não me falou antes?" e compreendeu. Então, me voltei para a clínica de pequenos animais. Alíás, apesar dela ter me dito que eu era estranha e saber do que ocorreu com esse abusador argentino, ela se colocou em uma postura de me humilhar também em algumas situações estressantes. Eu aguentei porque eu já estava cansada e querendo terminar o curso. 

O fato é que cirurgia dá mais dinheiro que a clínica e eu perdi a oportunidade de seguir no ramo da veterinária que eu gostava. Essa era a primeira opção. Depois perdi a oportunidade de ser monitora do laboratório de análises clínicas, pois eu deixei de estudar, embora tenha tentado e até me inscrevi. No entanto, minha primeira ex-namorada não havia entendido que eu não poderia estar com ela nesse período e eu acabei vindo ao interior dar atenção a ela, mas trouxe os livros para estudar. Não consegui nem estudar, nem me encontrar com ela. As aulas de laboratório também eram fáceis de entender eu gostava, sendo uma boa opção, pois faltava no mercado, nas clínicas. No entanto, nessa época, o namoro estava por um fim, e eu fiquei muito focada nessa perda. O que me prejudicou também. Além disso, eu precisava de atenção e orientação especial para focar na faculdade e no que viria depois, o emprego. O que entendi foi que as pessoas mais maduras e com bom manejo social foram as que mais se arranjaram e se adequaram como profissionais independentes. Havia uma competição de quem seria agraciado e eu não estava preparada. A ex-orientadora até me sugeriu continuar na faculdade fazendo mestrado, mas eu não aguentava mais ela. Enfim, perdi muitas oportunidades porque eu não tenho manejo social.

Já escutei muito alguns me dizerem para ter atitude de quem se respeita ou para "eu me amar mais" assim, as pessoas também vão me respeitar. O problema não é esse. Eu me amo e me respeito. Reconheço minhas qualidades e defeitos. Estou em contínuo auto-conhecimento, aliás. O problema é que eu não sei como demonstrar ou impor autoridade ou respeito. Eu nem sabia que as atitudes do outro comigo teria de depender da minha atitude primeiro porque eu sempre pensei e agi conforme a minha consciência e não conforme "a música". 

Também, igualmente com relação a ser gentil com todo mundo. Eu me sinto bem com a gentileza e trato as pessoas conforme eu gostaria que me tratassem, a não ser que eu tenha perdido a serenidade em meio a tantos estresse pós-traumático. Ninguém é tão sereno quanto Jesus foi, mas, sendo cristã, me imponho a ser o máximo que posso. E estou em constante vigilância, logo, em auto-observação. Hoje, eu entendo que funciona desse jeito porque já passei por isso, mas ainda discordo que eu tenha de ser rude com quem é rude comigo, por exemplo. Eu prefiro me afastar. Entende? 

É muito desvantajoso viver conforme um neurotípico, não sendo uma. O desgaste mental, emocional e energético é grande. Ah! Eu só me formei em 2007 porque uma colega da turma da tarde, Elizabeth, me deu apoio moral quando nos vimos na biblioteca. Estávamos pesquisando publicações e ela começou a conversar. Ela me perguntou como tava o TCC e cheguei a desabafar a minha tormenta em que a professora que me orientava queria que eu repetisse o último ano, logo, ela queria me convencer de que me reprovar era melhor. Ai, Beth me disse que ela tava era louca de me dizer isso e que eu não aceitasse. Não deixasse ela fazer isso comigo. Teve outros abusos e estresses também, mas esse post vai ficar muito grande. Deixa para lá, pois não fico bem relembrando.

Enfim, quem não entende (a maioria) me culpabiliza pelos abusos, como se eu tivesse "um manual de instruções sociais". E eu não entendo porque eu tenho que seguir essas regras que eu discordo. Acho injusto receber a penalidade social já que ninguém é igual a ninguém e somos livres, pelo menos teoricamente, para agirmos conforme nossa consciência. 

Eu sou uma boa pessoa

"Você é uma pessoa boa, Mari". Essa frase eu já escutei algumas vezes de amigas e amigos "irmãos". Eu comecei a entender...